Desmatamento na Amazônia Registra Aumento de 4% em 2025
Dados recentes divulgados pelo sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelaram um aumento de 4% nos alertas de desmatamento na Amazônia entre agosto de 2024 e julho de 2025. Nesse período, foram derrubados aproximadamente 4.495 km² de floresta, uma área comparável a três vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Apesar do crescimento, esse é o segundo melhor resultado desde 2016, ficando atrás apenas dos números de 2024.
Tendências e Impactos
O Observatório do Clima destaca que a quase estabilização do desmatamento representa uma interrupção na tendência de queda observada desde 2023. Contudo, essa estabilização não é vista como uma má notícia, considerando o contexto de seca extrema e o recorde de queimadas enfrentado no ano anterior.
O Cerrado, outro importante bioma brasileiro, apresentou uma redução significativa de 21% nos alertas de desmatamento nos últimos 12 meses, atingindo 5.555 km². Essa redução reverte uma tendência de alta que vinha sendo observada desde 2021. Por outro lado, o Pantanal registrou uma queda impressionante de 72% na área desmatada, totalizando 319 km² desmatados.
Divisão por Estados e Esforços de Fiscalização
Ao analisar os dados estaduais, o Pará teve uma redução de 21% no desmatamento, contabilizando 1.325 km². Esse é o menor índice da série histórica, mesmo diante da resistência do governador Helder Barbalho às atividades de fiscalização do Ibama. Em maio, o estado tentou reverter embargos do órgão ambiental que impactavam mais de 70 mil hectares, ação vista como essencial para a queda nos índices de desmatamento em junho e julho.
Jair Schmitt, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, defende o uso de embargos remotos como uma estratégia crucial para evitar vantagens ilícitas derivadas do desmatamento ilegal.
Mato Grosso, entretanto, apresentou um aumento expressivo de 74% na área desmatada, acumulando 1.636 km² e superando o Pará como o estado líder no desmatamento na Amazônia. Amazonas e Rondônia também registraram variações, com aumento de 3% e queda de 35%, respectivamente.
Desafios e Perspectivas
O risco de um aumento ainda maior no desmatamento foi controlado pelo Ibama, o que seria um revés significativo especialmente em um ano de conferência climática no Brasil. Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, enfatiza que, embora as taxas de desmatamento sejam inaceitáveis, o país tem o potencial para alcançar o desmatamento zero.
Contudo, desafios legislativos, como o enfraquecimento do licenciamento ambiental aprovado pelo Congresso, podem complicar a conservação ambiental. Estradas como a BR-319 na Amazônia, conhecidas por serem vetores de desmatamento, correm o risco de serem isentas de licenciamento ambiental, uma decisão pendente de veto presidencial.
Resultados e Expectativas Futuras
Em 2024, os alertas de desmatamento na Amazônia mostraram uma queda de 45%, marcando o menor índice desde o início dos registros em 2016. Essa foi a primeira coleta de dados sob o atual governo, demonstrando um impacto positivo inicial. O acompanhamento contínuo e a implementação eficaz das políticas de preservação são essenciais para manter a conservação dos biomas brasileiros.
Foto: FAS
Fonte da Notícia: https://ciclovivo.com.br/planeta/meio-ambiente/desmatamento-cai-21-cerrado-deter-sobe-4-na-amazonia/