Relatório do Cimi Aponta Crescente Violência Contra Povos Indígenas em 2024
Na última segunda-feira, 28 de julho, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) apresentou seu mais recente relatório intitulado “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2024”. O evento ocorreu na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, e foi transmitido online. O documento detalha diversas formas de violência enfrentadas pelas comunidades indígenas no país ao longo do ano.
Análise das Violências: Um Retrato da Realidade Indígena
O relatório divide as violências em três categorias principais: contra o patrimônio, contra a pessoa e por omissão. No que se refere ao patrimônio indígena, são documentados conflitos territoriais, invasões de terras, danos ao patrimônio cultural, exploração ilegal de recursos e a lenta regularização fundiária. Já a violência contra a pessoa abrange assassinatos, agressões e ameaças enfrentadas pelos indígenas. Por fim, a seção sobre violência por omissão aborda a falta de assistência em saúde e educação, além das altas taxas de mortalidade infantil e suicídios.
Fontes de Informação e Contexto Legal
Para compilar o relatório, o Cimi utiliza dados provenientes de diversas fontes, incluindo seus regionais, comunidades indígenas, mídia e informações públicas da Secretaria Especial de Saúde Indígena e outras entidades de saúde. O ano de 2024 foi especialmente significativo devido à implementação da lei 14.701/2023, conhecida como Lei do Marco Temporal. Essa legislação, que foi alvo de críticas e contestações no Supremo Tribunal Federal (STF), restringiu ainda mais os direitos territoriais indígenas, contribuindo para o aumento dos conflitos.
Consequências da Lei do Marco Temporal
A Lei do Marco Temporal, aprovada no final de 2023, trouxe impactos negativos evidentes, principalmente em relação à demarcação de terras, que se tornou ainda mais vagarosa, intensificando os confrontos. A situação levou a um clima de tensão e violência, destacando 2024 como um ano de grandes desafios para as comunidades indígenas em sua luta por terras que se arrasta há séculos.
Discussões e Reflexões
O relatório do Cimi não apenas apresenta dados, mas também inclui reflexões sobre questões críticas como racismo, a política indigenista brasileira e os direitos dos povos indígenas no sistema de justiça criminal. Líderes indígenas e representantes de organizações participaram do evento de lançamento, entre eles o cacique Felipe Mura, do Amazonas, e Alvair Pataxó, da Bahia, além de representantes da CNBB e do Cimi.
Presença de Lideranças Indígenas
O lançamento do relatório contou com a presença de importantes lideranças indígenas que representaram suas comunidades e trouxeram à discussão suas perspectivas e vivências. Entre os participantes, estavam o cardeal Leonardo Ulrich Steiner, presidente do Cimi, e Ivanilda Torres dos Santos, secretária adjunta do Cimi. O evento teve como objetivo não só divulgar os dados, mas fomentar o debate e reforçar a importância de medidas urgentes para a proteção dos direitos indígenas.
Para ter acesso ao relatório completo, clique no link disponível: [Relatório Cimi 2024](https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2025/07/relatorio-violencia-povos-indigenas-2024-cimi.pdf).
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