Novo composto japonês transforma lodo em fertilizante no Paraná

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Paraná testa composto japonês que transforma lodo em fertilizante

A Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) está utilizando um composto produzido no Japão para transformar o lodo de esgoto em fertilizante organomineral. A tecnologia é desenvolvida pela empresa Kyowa Kako, que firmou um acordo de cooperação técnica com o estado do Paraná em 2023.

Foram enviadas 60 toneladas do composto para serem testadas na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Belém, em Curitiba, durante 24 meses. De acordo com o governo do Paraná, a empresa japonesa possui uma tecnologia mais sustentável para processos de tratamento de resíduos orgânicos, sendo uma referência no Japão.

A tecnologia utilizada pela Kyowa Kako é a compostagem aeróbica com bactérias hipertermófilas. Esse processo patenteado pela empresa japonesa acelera a decomposição biológica dos resíduos orgânicos em condições controladas, utilizando microrganismos ativadores. Esse método permite alcançar altas temperaturas capazes de desinfetar o lodo sem a necessidade de produtos químicos. Além disso, há uma redução significativa no tempo de tratamento do lodo.

Com o acordo firmado entre as companhias, não há repasse de recursos financeiros entre as partes. A Sanepar cede a estrutura necessária para os testes, enquanto a empresa japonesa atua com sua tecnologia para o desenvolvimento conjunto da pesquisa.

A Kyowa Kako tem experiência no Japão e nas Filipinas na compostagem de qualquer tipo de resíduo de origem orgânica, incluindo resíduos agrícolas, efluentes e chorume de aterros sanitários.

O uso agrícola do lodo de esgoto já é uma realidade consolidada. A Sanepar distribuiu gratuitamente aos agricultores 23 mil toneladas de lodo em 2022. Com essa prática, a empresa evita o envio do lodo para aterros sanitários e gera uma economia para os agricultores, que deixam de gastar com fertilizantes.

Segundo a empresa de saneamento, o lodo contém nutrientes importantes para o desenvolvimento das plantas, como nitrogênio, fósforo e enxofre. Além disso, o lodo ajuda na correção do pH do solo e fornece cálcio e magnésio devido à aplicação de cal durante o processo de desinfecção.

A aplicação do lodo é permitida em todas as culturas agrícolas que não tenham contato direto com o material, como soja, milho, trigo, café, aveia, laranja, limão e culturas florestais. No entanto, as hortaliças, pastagens, culturas inundadas e tubérculos não podem receber o lodo.

Os agricultores interessados em receber o lodo podem entrar em contato pelo e-mail indicado pela Sanepar.

Com essa parceria entre o Paraná e o Japão, espera-se que a tecnologia japonesa possa contribuir para otimizar e aprimorar o tratamento e a destinação do lodo de esgoto, trazendo benefícios tanto para o meio ambiente quanto para a agricultura. A transformação do lodo em fertilizante é uma alternativa sustentável que agrega valor ao resíduo e ajuda a reduzir a dependência de fertilizantes químicos, promovendo uma agricultura mais sustentável e consciente.

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