Estudo compara emissões de carros híbridos e elétricos no Brasil

trânsito em são paulo

Pesquisa revela impactos da eletrificação na descarbonização da mobilidade no Brasil

Um estudo inédito encomendado pelo Movimento Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB) revelou o potencial do país em se tornar líder na transição para um setor de transporte com menor emissão de carbono. O estudo, intitulado “Trajetórias Tecnológicas mais Eficientes para a Descarbonização da Mobilidade”, foi realizado pela LCA Consultores e MTempo Capital e aponta o impacto socioeconômico da transição energética.

O levantamento partiu de três diferentes cenários para a eletrificação da frota veicular brasileira. O primeiro cenário, chamado de status quo, não prevê mudanças estruturais na configuração atual dos carros. Já os outros dois cenários consideram uma convergência para o padrão global de eletrificação, com ênfase nos veículos híbridos (HEV) e veículos elétricos puros (BEV).

Segundo o estudo, a mudança para veículos elétricos contribuiria significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), especialmente nos veículos pesados, que são responsáveis por cerca de 57% dessas emissões no país. Para isso, seriam necessárias políticas públicas direcionadas à renovação da frota e à promoção de tecnologias mais limpas.

No entanto, o estudo também destaca que os veículos híbridos surgem como uma solução ambientalmente favorável, especialmente quando alimentados exclusivamente com etanol. Isso porque o Brasil possui uma matriz energética e elétrica limpa, com grande produção de biocombustíveis, como o etanol.

Apesar das vantagens do etanol, o estudo ressalta que apenas cerca de 38% dos motoristas optam por esse combustível. Caso esse índice aumentasse para 64% de 2030 a 2050, as emissões de gases de efeito estufa poderiam ser equiparadas às dos veículos elétricos, mesmo considerando a medida de emissões atualmente adotada no país.

Além dos impactos ambientais, o estudo também analisou os impactos econômicos da eletrificação. Segundo as projeções, os veículos híbridos teriam um impacto econômico mais positivo para o país em termos de produção, Produto Interno Bruto (PIB), empregos e impostos gerados.

No entanto, o estudo alerta que a produção local de células de bateria, essenciais para os veículos elétricos, ainda enfrenta dificuldades no Brasil devido à falta de escala e incentivos. A importação de componentes estratégicos para as baterias, como células à base de lítio, também representa um desafio.

Apesar dos desafios, o Brasil possui vantagens competitivas para a descarbonização do transporte, incluindo suas matrizes energética e elétrica limpas e a experiência no desenvolvimento de biocombustíveis. O país pode se destacar como um centro global no desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono, combinando o conhecimento em biocombustíveis com avanços na eletrificação e uso de hidrogênio.

O MBCB, movimento responsável por encomendar o estudo, busca impulsionar a transição energética do setor de transportes brasileiro de forma sustentável e economicamente viável. O movimento reúne mais de 25 instituições e empresas, incluindo montadoras, empresas do setor sucroenergético, indústria de autopeças e associações de tecnologia e engenharia.

A pesquisa demonstra que a eletrificação da frota veicular brasileira é uma oportunidade para o país se tornar líder na descarbonização da mobilidade. Com as políticas públicas adequadas e o incentivo ao uso de tecnologias limpas, o Brasil pode garantir um futuro mais sustentável e econômico para o setor de transporte.

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