Viradouro e Imperatriz são as grandes favoritas ao título do Carnaval 2024, depois do fim da maratona de 12 desfiles do Grupo Especial, na manhã desta terça-feira (13). As escolas de samba Unidos do Viradouro, de Niterói, e Imperatriz Leopoldinense despontam como as principais concorrentes ao troféu.
Outras escolas de renome, como Grande Rio, Vila Isabel, Portela, Mangueira, Mocidade e Beija-Flor, também estão na disputa pelas quatro vagas restantes no sábado das Campeãs, onde desfilam as agremiações que obtiveram as melhores colocações.
Por outro lado, as escolas Unidos da Tijuca, Paraíso do Tuiuti e Porto da Pedra enfrentam um cenário mais difícil e devem amargar as últimas colocações.
Além disso, vale destacar que uma das agremiações será rebaixada para a Série Ouro, uma competição de menor destaque. A apuração dos resultados ocorrerá nesta quarta-feira (14), às 16h15, na Cidade do Samba, com entrada franca.
A Unidos do Viradouro encerrou o segundo dia do Grupo Especial com uma apresentação praticamente perfeita. A escola de Niterói exaltou a ancestralidade e o matriarcado africano em seu enredo sobre o culto ao vodum serpente, originário da região do Daomé, atualmente conhecido como República do Benim.
O tema, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, levou uma mensagem em defesa da liberdade de culto e do respeito entre as religiões, percorrendo a história de forma impactante. A evolução e harmonia da agremiação também receberam elogios, assim como o samba-enredo cantado pelo veterano Wander Pires. A bateria de mestre Ciça e da rainha Erika Januza foram outros pontos altos.
A Paraíso do Tuiuti fez uma homenagem ao Almirante Negro, João Cândido, personagem central da Revolta da Chibata. A escola de São Cristóvão apresentou alguns problemas nos conjuntos alegóricos e na evolução, mas mesmo assim conseguiu manter uma apresentação crítica e chamativa.
A Mangueira prestou um tributo à cantora Alcione, que há muito tempo merecia ser enredo da escola. A artista possui uma ligação especial com a Verde e Rosa, sendo uma das fundadoras da escola mirim Mangueira do Amanhã. Em uma apresentação empolgante, a Estação Primeira destacou a cultura maranhense e recriou momentos marcantes da carreira da homenageada.
A Vila Isabel inovou com o carnavalesco Paulo Barros, apresentando uma roupagem moderna para o enredo “Gbalá, Viagem ao Templo da Criação”. A escola ressaltou a importância das crianças na construção de um mundo melhor, remetendo à criação do universo. O presidente de honra, Martinho da Vila, desfilou e foi parabenizado pelos espectadores, já que completava 86 anos na data.
A Portela emocionou o público ao trazer o enredo “Um Defeito de Cor”, inspirado no livro de Ana Maria Gonçalves. O enredo conta a história de Luísa Mahin e seu filho Luiz Gama, trazendo uma mensagem de luta e resistência. A escola convidou mulheres negras que perderam seus filhos para a violência no Rio para participar do desfile, incluindo Marinete da Silva, mãe da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.
A Mocidade Independente de Padre Miguel abriu a noite com um enredo irreverente sobre o caju. A comissão de frente trouxe uma componente realizando uma apresentação na arquibancada, simbolizando a consagração do caju como símbolo do Brasil. A escola apresentou um bom trabalho estético em alegorias e fantasias, abordando a relação da fruta com o tropicalismo e outros aspectos culturais.
O desfile das escolas de samba este ano foi marcado por apresentações emocionantes e criativas, mostrando a força e a paixão do Carnaval brasileiro. A disputa pelo título está acirrada e a expectativa é grande para a apuração dos resultados. Os apaixonados pela folia aguardam ansiosamente para conhecer a campeã do Carnaval 2024.
