Com a chegada de dezembro, as festividades de fim de ano se aproximam, trazendo consigo uma série de celebrações, confraternizações e encontros. Essa é uma época marcada por intensas emoções e alegria, mas também pode gerar sentimentos como ansiedade e desconforto, um fenômeno comum que atinge a todos. Para lidar com esses momentos, há algumas estratégias que podem ser bastante úteis. Uma delas envolve aceitar que a gama de sentimentos vivenciados faz parte da experiência e adotar algumas táticas que tornem o desconforto menos significativo em comparação às situações que realmente trazem felicidade.
É possível adotar uma nova perspectiva sobre as interações sociais que caracterizam este período. Uma fonte de inspiração pode ser a pesquisa na área de psicologia moral, que revela que o desconforto que sentimos em festas não se trata de uma falha pessoal, mas sim de uma dinâmica social que se intensifica quando nos deparamos com situações que nos deixam sem reação.
Com um pouco de preparo e disposição para reavaliar essas experiências, é possível minimizar o desconforto e valorizar esses instantes, reforçando a conexão com as pessoas ao nosso redor, além de promover o autocuidado e a busca pelo autoconhecimento.
Reconhecendo que não está só
É comum em alguns momentos sentirmos desconforto por situações embaraçosas, como um derrame de bebida ou a confusão de nomes de pessoas que não conhecemos bem. Essa espécie de desconforto é, na verdade, uma experiência coletiva, onde muitos estão presentes e não sabem exatamente como se comportar. Ao perceber isso, pode-se cultivar um sentimento de empatia e conexão com os demais, lembrando que todos estão sujeitos a vivenciar experiências similares.
Ao aparecerem incômodos, pode ser interessante observar e refletir sobre quais normas sociais podem não ressoar mais com você ou por que determinados sentimentos surgem. Todos os sentimentos, sejam positivos ou negativos, são excelentes oportunidades para o autoconhecimento.
Por outro lado, é vital ter em mente que não podemos controlar tudo e que algumas situações podem acabar sendo um pouco desconfortáveis. Portanto, além de reconhecer que você não está sozinha, existem maneiras sugeridas que podem ajudá-la a lidar com o final do ano sem que isso se torne um grande peso.
Antecipe-se às situações
Em muitos casos, o desconforto é gerado por incertezas. Ao se deparar com uma situação social que pode ser complicada, é aconselhável reservar um tempo para si. Muitas interações desconfortáveis são, de fato, previsíveis. Pense nas pessoas que costumam levantar tópicos polêmicos ou nas que fazem perguntas invasivas em público.
Alinhe suas expectativas e pense sobre o que gostaria de promover nesses encontros. Tente imaginar como pode desviar de um assunto indesejado ou até mesmo “ensaiar” mentalmente algumas respostas para esses momentos, de modo a manter sua paz interior. Frases simples como “Vamos falar de outra coisa?” podem servir como um belo recurso. Se você se sentir à vontade para continuar a conversa, pode mencionar o que a incomoda de maneira tranquila, já que você se preparou para isso.
“Quando você tem clareza sobre o que deseja, também é capaz de transmitir mensagens mais nítidas aos outros”, explica a especialista. Essa analogia pode ser comparada a escrever um roteiro para um filme em que você é a estrela.
Desconecte-se de seus pensamentos
Com frequência, em momentos de desconforto, nos perdemos em um ciclo de perguntas sobre nós mesmos: Por que sou assim? O que eu disse? O que direi a seguir? A maneira de escapar desse ciclo é se concentrar nas outras pessoas ao seu redor. “Quando você se foca demais em si, pode perder a sintonia com as pessoas à sua volta e com os sinais que elas estão transmitindo”, alerta a especialista. Lembre-se de que a ansiedade social é uma experiência compartilhada; preste atenção no comportamento dos outros, pois eles também podem necessitar de um apoio para tornar o ambiente mais agradável.
Prepare-se para suas interações
Algo importante a considerar é que muitas vezes projetamos que nossas conversas vão fluir facilmente, mas a realidade é que isso nem sempre ocorre. Se programar para encontrar alguém que você não vê há tempos ou e conversar com uma pessoa menos próxima pode ajudar. Elabore previamente tópicos que ambos tenham em comum e ideias para tornar a conversa interessante.
Até mesmo planejar atividades descontraídas, como enfeitar biscoitos ou montar a mesa, pode manter os convidados ocupados e diminuir a tensão social. Encare isso como uma preparação para interações mais leves e agradáveis.
A importância do bom humor
Eventualmente, a despeito de todos os seus esforços, algumas situações poderão se tornar estranhas. Nesses momentos, o senso de humor pode ser um grande aliado. “Facilite uma saída para as pessoas envolvidas — elas provavelmente a aproveitarão”, comenta a especialista. Isso pode envolver fazer uma piada, introduzir um novo assunto ou até mesmo admitir a própria situação de desconforto.
O que realmente importa não é tentar esconder o constrangimento, mas sim suavizar a tensão e seguir em frente. Uma risada pode tornar qualquer situação mais leve.
O foco deve ser a conexão
Os encontros sociais não precisam ser perfeitos; o essencial é a conexão. Sentimentos positivos e negativos são parte do ser humano e fazem parte dessa experiência única e linda de nos unirmos. Lembre-se de que esses momentos são um desafio coletivo e não uma responsabilidade exclusivamente sua, tornando-os mais leves e divertidos.
Cuide de si mesmo
Se, em algum momento, um evento ou encontro se mostrar excessivamente desafiador ou desnecessário para você, lembre-se de que é seu direito optar por não participar. Avalie os motivos, considerando os prós e contras de cada convite e faça suas escolhas com cuidado.
Seu principal compromisso durante as festividades de final de ano e em qualquer outro dia é com você mesmo. No fim das contas, você é a sua melhor companhia.