A Promotoria do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) optou por encerrar uma denúncia de racismo dirigida a Marcelle Decothé, ex-assessora da Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A acusação se relaciona às postagens ofensivas feitas por Decothé nas redes sociais durante a final da Copa do Brasil, realizada no dia 24 de setembro e envolvendo o São Paulo Futebol Clube.
Na ocasião, Decothé se referiu à torcida são-paulina como “torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade…” utilizando a chamada linguagem neutra. Além disso, ela também ofendeu os torcedores paulistas, afirmando que a torcida são-paulina era “pior tudo de pauliste”. Essas publicações receberam uma grande quantidade de críticas, inclusive de apoiadores do ex-presidente Lula.
Logo após o incidente, Decothé foi demitida de seu cargo no Ministério da Igualdade Racial. Em nota, o Ministério reafirmou o compromisso com a promoção de direitos e igualdade étnico-racial.
No entanto, a promotora responsável pelo caso, Maria Fernanda Balsalobre Pinto, decidiu arquivar a ação, argumentando que o crime de racismo ocorre apenas contra grupos que histórica e sistematicamente tiveram seus direitos violados. Segundo ela, nem todo ódio expressado pode ser considerado crime, apenas aquele direcionado a grupos vulneráveis.
Vale ressaltar que essa não foi a única polêmica envolvendo Decothé. Em publicações anteriores em uma rede social, ela escreveu: “Ontem voltei pra academia, cada pingo de suor alheio que eu esbarrava, eu pensava: ‘Se eu não peguei Covid carregando cesta básica durante 8 meses, não é esse suor branco que me derrubará’. No pain, no covid”.
É importante destacar que a equipe da Ministra Anielle Franco estava presente no estádio do Morumbi durante a final da Copa do Brasil para participar de um evento de conscientização do racismo promovido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A ministra utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) fretado para chegar ao local.
É fundamental respeitar a decisão do Ministério Público, pois ele age dentro da lei e com base nos princípios de justiça. Neste caso específico, a denúncia de racismo contra Marcelle Decothé não foi considerada criminal, devido à forma como a legislação brasileira define esse tipo de crime.
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