Plataforma inovadora conecta indústria com cooperativas da Amazônia
A bioeconomia amazônica agora conta com um aliado importante: a Plataforma Digital da Floresta. Essa iniciativa tecnológica tem como objetivo conectar a indústria e o comércio com a preservação ambiental, facilitando transações online de produtos e serviços amazônicos.
Desenvolvida pela Fundação CERTI, por meio do ICA (Instituto CERTI Amazônia), a plataforma oferece três ferramentas que visam promover a sustentabilidade da bioeconomia e gerar renda para os povos da floresta. Entre as funcionalidades destacam-se a integração de operadores logísticos e financeiros, a oferta de produtos para venda, o registro de demandas por compras futuras e a predição de safras e produção.
Uma das cooperativas que já utiliza a plataforma é a COOBA-Y (Cooperativa Indígena Kayapó de Produtos da Floresta), localizada no sul do Pará. Essa cooperativa comercializa cumaru e castanha, produzindo 200 toneladas por ano de castanha beneficiada e 65 toneladas por ano de castanha in natura.
Bekuwa Kayapó, integrante da COOBA-Y, destaca a importância da plataforma para a cooperativa: “Trabalhamos desde 2011 com castanha, cumaru e artesanato para ajudar os caiapós. E participar da plataforma é para nós um grande passo”.
Além de beneficiar as cooperativas cadastradas, a Plataforma Digital da Floresta também atrai interesse de indústrias que buscam produtos genuinamente oriundos da Amazônia. Os principais setores que já atuam nesse mercado são alimentos e bebidas, saúde e beleza, e fármacos.
Para conectar indústria e cooperativas, a plataforma oferece três ferramentas digitais: o Bioconex, um hub de marketplaces que possibilita negociações seguras; o Vem de Onde, que garante a rastreabilidade dos produtos comercializados; e o BI da Floresta, que oferece suporte à gestão de negócios por meio de inteligência de dados.
Uma das preocupações da plataforma é garantir a origem verdadeira dos produtos, evitando práticas ilegais. A rastreabilidade dos produtos é essencial para fomentar a bioeconomia e garantir a procedência dos insumos. O cruzamento de dados viabilizado pelas ferramentas oferece a garantia de procedência, além de outras informações auditáveis sobre os aspectos de ESG.
Marco Giagio, diretor geral do ICA, destaca os benefícios da plataforma para os extrativistas: “As ferramentas contribuem para atenuar muitas das dificuldades vivenciadas pelos extrativistas, como a alta dependência financeira dos atravessadores e a falta de acesso a mercados mais amplos. Neste sentido, pode garantir, além de facilidades logísticas e de crédito, a venda dos produtos por preços mais justos”.
Além disso, a plataforma busca garantir a inclusão digital, oferecendo uma usabilidade amigável e suporte e treinamento aos extrativistas para a utilização das ferramentas.
A Plataforma Digital da Floresta pretende ampliar seu alcance e atrair mais cooperativas para utilizarem a ferramenta. O objetivo é facilitar o acesso a produtos amazônicos genuínos e atender a demanda das indústrias interessadas nesse mercado.
Essa iniciativa inovadora representa um passo importante para a valorização da Amazônia e dos povos da floresta, ao mesmo tempo em que impulsiona a economia sustentável da região. Com a conexão entre indústria e cooperativas, a plataforma busca promover um comércio justo e transparente, garantindo a preservação ambiental e a geração de renda para as comunidades locais.