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Embora o Pantanal ainda não tenha atingido o pico do seu período de estiagem, o bioma enfrenta incêndios em proporções alarmantes e devastadoras. As mudanças climáticas resultaram em uma interrupção precoce das chuvas neste ano, e as previsões meteorológicas sugerem que os meses seguintes serão ainda mais críticos, caracterizados por tempo seco e acúmulo de vegetação seca, que se inflama rapidamente. Portanto, é essencial que as ações de combate sejam realizadas assim que novos focos de calor forem identificados.
Dados do Mapbiomas indicam que, nos primeiros seis meses de 2024, as queimadas no Pantanal consumiram 468.547 hectares, representando um aumento surpreendente de 529% em relação à média de 2019. Além disso, em 2024, a área devastada pode ultrapassar os números de 2020, quando se registraram as piores destruições.
Em vista dessa situação alarmante, uma colaboração entre o governo federal e os estaduais é vital, uma vez que 95% do Pantanal está situado em propriedades privadas. Para que haja intervenção do governo federal, é necessário que os Estados afetados solicitem assistência ou declare estado de emergência. Isso já está em andamento, com mais de 300 brigadistas do Prevfogo/Ibama e do Instituto Chico Mendes, além de 400 militares das Forças Armadas, 95 da Força Nacional e dez da Polícia Federal, com o suporte de dezenas de barcos e veículos.
A experiência dos brigadistas locais tem sido crucial para salvar milhares de animais e mitigar os impactos das incêndios na sociobiodiversidade da região. Aside of the actual firefighting techniques, these professionals possess valuable insights into the natural dynamics of the Pantanal, including traditional fire usage techniques, access routes, and water points. This expertise enhances the response to the fires, especially in identifying human-caused ignition points that require immediate attention.
Se o pior ainda está por vir, é imprescindível encontrar maneiras de fortalecer e otimizar o trabalho desses cuidadores, que enfrentam diariamente situações imprevisíveis e extenuantes, sem horários fixos. Este é um trabalho que exige não apenas resistência física, mas também emocional, dada a longa distância percorrida, a fumaça insalubre que inalam, a escassez de equipamentos, além do laço afetivo que têm com a região. A exaustão mental e física sem suporte é insustentável. Equipamentos, transporte, contratação, remuneração, saúde mental e descanso são fundamentais para esses verdadeiros heróis e heroínas.
O projeto SOS Pantanal atua há cinco anos no combate a incêndios na área de Corumbá (MS), em parceria com as Brigadas Pantaneiras, que incluem 24 brigadas distribuídas pelo Pantanal sul e norte. Desde 2021, essa iniciativa já treinou e capacitou 450 indivíduos para enfrentar as devastadoras chamas que ameaçam o que já foi a maior área úmida do planeta. Um trabalho de grande valor que merece reconhecimento.
A luta é coletiva
A crise climática que afeta o Pantanal exige um esforço conjunto em busca de soluções efetivas e duradouras para conter os incêndios florestais. A colaboração entre o setor público e a iniciativa privada não apenas amplia os recursos disponíveis, mas também aumenta a eficácia e o alcance das ações de combate.
Conforme informações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, as ações realizadas até a primeira semana de julho conseguiram controlar 30 dos 54 incêndios registrados, o que corresponde a 55% do total. A ministra Marina Silva anunciou que mais de R$ 137 milhões serão investidos em um programa destinado a mapear os incêndios provocados por ações humanas. De acordo com o MMA, esses recursos serão utilizados na contratação de brigadistas, aquisição de equipamentos de proteção individual, custos de transporte e locação de veículos, entre outros.
A estrutura montada pelo IBAMA, que conta com peritos para o resgate de animais feridos, tem mostrado resultados significativos, complementando assim os esforços de refúgios ecológicos privados, como o Refúgio Caiman, que, no início de agosto, perdeu 80% de sua área para as chamas, um caso de destruição sem precedentes.
Para aqueles que estão distantes, é bom lembrar que doações financeiras ao SOS Pantanal, Instituto Arara Azul, Instituto Homem Pantaneiro, entre outros, representam a melhor maneira de promover uma resposta rápida e coordenada na proteção de nosso vasto pântano.
O Pantanal necessita de nossa coragem e ações, entretanto, sem a função ecossistêmica equilibrada deste imenso reservatório que nos proporciona água doce, estabiliza o clima e protege o solo, os mais afetados seremos nós.
Por Luciana Kamimura, coordenadora de Estratégia Institucional da Fundação Toyota do Brasil
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SOS Pantanal
Instituto Homem Pantaneiro
Instituto Arara Azul
Onçafari
Grupo de Resposta a Animais em Desastres
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