Organizações solicitam inclusão do Cerrado na regulamentação da UE

paisagem do Cerrado

Organizações pedem inclusão do Cerrado na regulamentação da União Europeia

Um grupo de organizações lideradas pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a Rede Cerrado está realizando uma comitiva em três capitais europeias para defender a inclusão dos ecossistemas não florestais na regulamentação da União Europeia (UE) contra o desmatamento. A iniciativa tem como objetivo evitar a importação de commodities que estejam relacionadas ao desmatamento, principalmente no bioma do Cerrado brasileiro.

Atualmente, a regulamentação da UE reconhece o desmatamento apenas como a conversão de florestas, deixando de fora vastas áreas naturais como savanas e campos. Essa exclusão contradiz os objetivos da regulamentação, uma vez que a maior parte do desmatamento relacionado à produção de commodities destinadas ao mercado europeu ocorre em áreas não florestais, como o Cerrado.

O Cerrado é o bioma mais afetado pelo consumo europeu, com destaque para o desmatamento causado pela soja e pela pecuária bovina. Por isso, é necessário que a Comissão Europeia realize estudos de impacto e revise a regulamentação, ampliando sua abrangência para incluir os ecossistemas não florestais. Essa inclusão é fundamental para reduzir o impacto do desmatamento e promover práticas sustentáveis.

Dados indicam que mais de 80% do desmatamento importado para a UE está concentrado em seis commodities, sendo a soja e a carne bovina as principais responsáveis. No entanto, a regulamentação europeia atualmente só considera passíveis de fiscalização os produtos provenientes da Amazônia e da Mata Atlântica, deixando outros biomas vulneráveis à destruição.

Além disso, a regulamentação da UE protege apenas 26% do Cerrado, o que não atinge o objetivo principal de eliminar o desmatamento dos produtos importados pelo bloco europeu. A maior concentração de degradação ambiental nas commodities importadas pela Europa está associada à soja produzida no Cerrado, que contribuiu para um aumento de 35% no desmatamento nos últimos dois anos.

A Apib e a Rede Cerrado têm alertado para as lacunas na regulamentação, que não garantem a efetiva proteção dos povos indígenas e das comunidades tradicionais nos biomas brasileiros. O aumento das medidas de preservação na Amazônia tem levado ao deslocamento do desmatamento para o Cerrado, resultando em um aumento alarmante de 43% no desmatamento desse bioma em 2023, enquanto a Amazônia registrou uma redução de 50% no mesmo período.

Diante dessa urgência, a Apib e a Rede Cerrado chamam as autoridades europeias a considerarem a grave situação do desmatamento no Cerrado e revisarem a regulamentação para incluir todos os biomas brasileiros. Proteger os biomas e os povos tradicionais e indígenas é essencial para reduzir efetivamente o desmatamento e promover práticas sustentáveis.

A inclusão do Cerrado na regulamentação da UE é crucial para abordar de maneira abrangente as ameaças ambientais enfrentadas por esse bioma e por outros que dependem dele. A Apib e a Rede Cerrado estão empenhadas em garantir que a proteção dos biomas brasileiros seja uma prioridade na agenda global de conservação ambiental.

Desde 2020, quando o parlamento europeu aprovou a regulamentação que proíbe a entrada de commodities produzidas em áreas desmatadas, as organizações envolvidas nessa iniciativa têm defendido que a proposta apresenta brechas que impedem a proteção efetiva dos povos indígenas e das comunidades tradicionais diante da pressão da produção de commodities em diversas áreas do país.

O Cerrado, conhecido por sua riqueza em espécies e sua contribuição para os recursos hídricos do Brasil, está enfrentando um aumento crescente no desmatamento. Portanto, é fundamental que a regulamentação da UE abranja todos os biomas do Brasil. O escopo da definição de floresta precisa ser ampliado para conter o deslocamento do desmatamento e a conversão de vegetação nativa no país.

O aumento das medidas de preservação e fiscalização na Amazônia tem levado ao deslocamento do agronegócio para outras áreas do Brasil, como o Cerrado. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram um aumento alarmante de 43% no desmatamento do Cerrado em 2023, enquanto a Amazônia registrou uma redução de 50% no mesmo período.

Os povos indígenas e as comunidades tradicionais do Brasil enfrentam invasões ilegais em suas terras, além da violência e da degradação ambiental causadas pela produção de commodities. É essencial que a regulamentação da UE proteja todos os biomas e as pessoas e comunidades que vivem neles, a fim de reduzir efetivamente o desmatamento e promover práticas sustentáveis.

A Apib e a Rede Cerrado pedem ao Parlamento Europeu que considere a situação catastrófica do aumento do desmatamento no Cerrado e que revise a regulamentação para incluir todos os biomas e proteger os povos indígenas e as comunidades tradicionais do Brasil.

A inclusão do Cerrado na regulamentação da UE é fundamental para enfrentar de forma abrangente as ameaças ambientais enfrentadas por esse bioma e por todos os outros que dependem dele. A Apib e a Rede Cerrado estão comprometidas em garantir que a proteção dos biomas brasileiros seja uma prioridade na agenda global de conservação ambiental.

Ajude-nos e avalie esta notícia.

Use os botões abaixo para compartilhar este conteúdo:

Facebook
Twitter
Telegram
WhatsApp
[wilcity_before_footer_shortcode]