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Aumento alarmante na concentração de CO2 na atmosfera
Nos últimos 20 anos, a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera teve um crescimento superior a 10%. O recente boletim emitido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) evidenciou que a taxa de incremento de CO2 é a mais alta já observada na história da humanidade.
Em 2004, a quantidade de CO2 era de 377,1 ppm (partes por milhão), enquanto em 2023 esse valor subiu para 420 ppm, conforme dados da Rede Global de Vigilância da Atmosfera da OMM. Essa variação representa um aumento de 11,4% em um período de duas décadas e um impressionante crescimento de 151% em relação aos níveis que eram verificados antes da Revolução Industrial.
Comparando com períodos passados, a última vez que a Terra apresentou uma concentração semelhante de CO2 ocorreu entre 3 a 5 milhões de anos atrás, quando a temperatura média global era de 2 a 3 °C superior à atual, e os níveis do mar eram de 10 a 20 metros mais altos.
Os gases metano e óxido nitroso também apresentam níveis preocupantes, alcançando 1.934 partes por bilhão e 336 partes por bilhão, respectivamente.
De acordo com Ko Barrett, vice-secretária-geral da OMM, esses índices elevados refletem nas mudanças aceleradas nas geleiras, que estão derretendo rapidamente, no aumento acelerado do nível do mar e na acidificação dos oceanos. Barrett relembra os riscos, como a crescente parcela da população exposta a ondas de calor extremo anualmente, a ameaça de extinção de diversas espécies e os impactos negativos nos ecossistemas e na economia global.
Causas do crescimento das emissões de gases de efeito estufa
Os incêndios florestais, além de uma eventual diminuição da capacidade das florestas em absorver CO2, são identificados pela OMM como as principais causas para o aumento das emissões. O relatório também destaca que as emissões proveniente de indústrias e atividades com combustíveis fósseis permanecem em níveis “ligados persistentemente altos”.
Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, enfatiza que o novo recorde serve como um alerta de que o mundo está “desviando do caminho necessário para alcançar as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global a menos de 2 °C”. Saulo adverte que “cada fração de grau de aquecimento causa impactos diretos em nossas vidas e no planeta”.
Os dados indicam que menos da metade dos gases de CO2 lançados na atmosfera permanece nesse ambiente. Mais de um quarto do total é absorvido pelos oceanos e aproximadamente 30% pela vegetação terrestre, ainda que essa absorção seja significativamente afetada por eventos climáticos como El Niño e La Niña.
Durante os períodos em que ocorre o fenômeno El Niño, observa-se um aumento nos níveis de gases de efeito estufa, resultado da vegetação mais seca e da maior presença de incêndios florestais, que comprometem a eficácia dos sumidouros de carbono no solo.
O relatório divulgado pela OMM aponta que, à medida que avança a mudança climática, os ecossistemas poderão resultar em fontes ainda maiores de gases de efeito estufa. Incêndios florestais têm o potencial de liberar quantidades consideráveis de carbono na atmosfera, enquanto o aquecimento das águas oceânicas pode reduzir a capacidade de absorção do CO2, levando a uma situação onde mais dióxido de carbono fique retido na atmosfera, intensificando o aquecimento global.
O boletim anual sobre gases de efeito estufa complementa o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que foca na lacuna nas emissões de gases.
Informações extraídas do PNUMA.
Fonte: Guia Região dos Lagos
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