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Como a terapia musical pode beneficiar a saúde mental

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O Poder Transformador da Música para a Saúde Mental

Quem poderia resistir a uma boa música? As melodias têm uma capacidade singular de alterar nosso estado emocional, influenciando de maneira significativa nosso humor e sensação de bem-estar. Um estudo recente, publicado na JAMA Network Open, revela que os benefícios da música para a nossa saúde mental se equiparam aos de atividades físicas, como exercícios destinados ao controle de peso. Essa pesquisa envolveu cerca de 780 participantes e concluiu que o impacto positivo de cantar, tocar ou apenas ouvir música é tão vantajoso quanto se dedicar a exercícios físicos.

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Foto: Paige Cody | Unsplash

Além de proporcionar prazer, escutar música pode servir como uma ferramenta terapêutica que gera impactos duradouros na saúde mental das pessoas, como explica uma especialista em musicoterapia. Segundo ela, essa abordagem pode beneficiar não apenas quem lida com distúrbios mentais, mas também aqueles que buscam melhorar seu bem-estar. “A música ativa várias áreas do cérebro, promovendo uma verdadeira ginástica cerebral que desencadeia mudanças fisiológicas, emocionais e comportamentais”, afirma.

Compreendendo o Bem-estar Através da Música

As informações sonoras são processadas em várias sinapses em diferentes áreas do cérebro, culminando no córtex associativo, que é multissensorial. Essa função permite selecionar informações relevantes de forma prioritária, atuando em centros de vigília, motivação e atenção. Nesse sentido, o ouvinte é capaz de escolher quais informações são mais interessantes ou relevantes. Assim, áreas do controle emocional cognitivo interagem com várias regiões cerebrais, liberando neurotransmissores que modula a atividade dessas áreas da nossa mente. Os neurônios colinérgicos estimulam aqueles que produzem dopamina, que desempenha um papel crucial na mediação da sensação de recompensa e prazer, afetando positivamente nosso estado psicológico.

Em palavras mais acessíveis, pode-se resumir que a música atua ativamente em áreas cerebrais que, ao longo do seu processamento, liberam substâncias como a dopamina, proporcionando sensações de prazer e bem-estar.

As Sensações Evocadas pela Música

A intensidade das emoções que vivenciamos ao escutar música varia conforme o tipo de melodia escolhida. As aferências sensoriais podem provocar reações emocionais profundas no cérebro, mesmo sem que sejamos plenamente conscientes disso. A emoção que não percebemos pode desencadear respostas neurovegetativas que revelam experiências agradáveis ou desagradáveis, intensificando a atividade cerebral nas regiões responsáveis pelas emoções e comportamentos sociais, como a amígdala e o sistema límbico.

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Foto: Derek Truninger | Unsplash

Os conhecidos “calafrios” ao ouvir música, descritos pela primeira vez por Goldstein em 1980, são sensações de formigamento que alguns ouvintes podem vivenciar. Esses calafrios geralmente são associados a experiências agradáveis e podem acontecer junto a reações fisiológicas como arrepios. Tais reações estão ligadas a estruturas musicais específicas e ao sistema de recompensas do cérebro. Estudos utilizam esses calafrios como indicadores de altos picos emocionais individuais, sendo um sinal confiável de que sentimentos subjetivos estão combinados com reações fisiológicas, que incluem sudorese, secura na boca, tensão no estômago, respiração acelerada, taquicardia e tensões musculares; além de diversas percepções emocionais como medo, raiva, alegria e tristeza, os quais são considerados reações emocionais básicas.

Além disso, existem emoções secundárias que englobam estados afetivos com conteúdo e estrutura mais complexos. Essas emoções estão intimamente ligadas às nossas interações sociais e comportamentais.

Como a Musicoterapia Pode Contribuir para a Saúde Mental

A saúde mental refere-se ao modo como os indivíduos respondem a desafios e mudanças, como organizam suas emoções e pensamentos. Todos enfrentamos diariamente diversas experiências emocionais. A maneira como abordamos essas experiências pode determinar nosso equilíbrio emocional e saúde mental, impactando diretamente nosso bem-estar e qualidade de vida. A musicoterapia utiliza sons e músicas para ativar grupos de neurônios interconectados em várias áreas cerebrais, promovendo a liberação de neurotransmissores e hormônios no meio extracelular, que podem alterar comportamentos, incluindo os emocionais e comportamentais.

Rock in Rio
Deep Purple fez um dos shows elogiados pela crítica musical no Rock in Rio 2024. | Foto: Ariel Martini

Os musicoterapeutas possuem tanto conhecimento musical quanto em saúde, e seus objetivos são bem definidos, com a intenção de estimular, regular e ativar funções cognitivas como memória, motivação, atenção, e controle motor, além de influenciar estados emocionais e metabólicos.

Assim, a saúde mental se torna uma das prioridades da musicoterapia, já que sua prática visa propiciar diversos estímulos que promovam equilíbrio, bem-estar, autorreflexão, harmonia durante adversidades e conflitos, além de favorecer o reconhecimento de limitações individuais, satisfação na vida e nos relacionamentos, resultando em uma melhor qualidade de vida.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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