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App classifica homens, supera ChatGPT e gera crise de privacidade

Novo Aplicativo de Avaliação Causa Preocupações com Privacidade e Segurança

Em um contexto em que a privacidade digital se torna cada vez mais crucial, um novo aplicativo de avaliação de homens tem gerado debates acalorados. O TEA, ferramenta que rapidamente se popularizou, se assemelha ao antigo aplicativo “Lulu”, muito em voga em 2013 no Brasil, e que permitia a avaliação de homens com base em atributos como aparência e beijo. Recentemente, o TEA se envolveu em uma grande polêmica ao ter seus dados confidenciais vazados, expondo a fragilidade da segurança em aplicativos desse tipo.

Segurança para Mulheres e Desafios Jurídicos

Bianca Kremer, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro e membro do Comitê Gestor da Internet, aponta que o surgimento do TEA atende a um anseio específico: proporcionar segurança para as mulheres. Entretanto, ela destaca que, caso esse aplicativo fosse introduzido no Brasil, enfrentaria sérios desafios jurídicos, principalmente pela legislação que regula a divulgação de informações potencialmente difamatórias.

De acordo com o Código Penal brasileiro, a difamação envolve a divulgação de informações que, embora verdadeiras, possam ofender a honra de uma pessoa. Bianca observa que, nos Estados Unidos, há um crescente número de ações judiciais por difamação movidas por homens que alegam terem sido vítimas desse tipo de violência.

Vazamento de Dados e Risco Biometria

O incidente de segurança que comprometeu o TEA levantou preocupações sobre o uso de dados biométricos, como selfies empregadas para autenticação no aplicativo. Bianca Kremer ressalta que, apesar da biometria ser considerada relativamente segura, o ecossistema de proteção ainda é bastante vulnerável. Na perspectiva brasileira, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2018, classifica a biometria como dado sensível, impondo regras rígidas para seu uso.

“Uma vez que a biometria é comprometida, não há como substituí-la. A exposição é permanente”, alerta Bianca, evidenciando a gravidade do problema.

Exposição de Identidade e Avaliações Futuras

Para especialistas da área, o caso do TEA revela um problema em expansão: a exposição da identidade dos homens avaliados sem a devida proteção. Além disso, há uma tendência crescente de que esse tipo de aplicativo se prolifere, abrangendo novas modalidades de avaliação na sociedade digital.

Entre os desafios e oportunidades que o TEA simboliza, surge um dilema contemporâneo: como equilibrar a busca por segurança com o respeito à privacidade individual? A discussão é complexa e envolve não apenas questões tecnológicas, mas também éticas e legais.

Em um mundo onde a tecnologia avança em ritmo acelerado, o caso do TEA serve como um lembrete das implicações profundas que os novos aplicativos podem ter sobre a vida das pessoas e como é fundamental que a legislação evolua para acompanhar essas mudanças dinâmicas.

Fonte da Notícia: [https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2025/08/13/app-ranqueia-homens-supera-chatgpt-e-vira-dor-de-cabeca-da-privacidade.htm](https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2025/08/13/app-ranqueia-homens-supera-chatgpt-e-vira-dor-de-cabeca-da-privacidade.htm)

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Foto de Felipe Rabello

Felipe Rabello

Felipe é um dos editores do Guia Região dos Lagos.

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