Jovem de Niterói luta contra câncer em meio à dificuldade de diagnóstico e tratamento
A auxiliar de veterinário Priscila Oliveira da Costa, de 26 anos, está enfrentando uma batalha difícil com a suspeita de um Linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer que afeta o sistema linfático. Além do quadro de saúde delicado, a falta de vagas em hospitais capazes de realizar a biópsia necessária tem prejudicado o processo de diagnóstico e tratamento.
Priscila, natural de Araruama, na Região dos Lagos, reside com sua família no Complexo do Viradouro, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. No início de dezembro de 2023, ela começou a sentir-se mal, mas não conseguiu fazer exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para descobrir a causa dos sintomas.
Ela e seu marido, o estudante de farmácia Carlos Daniel do Nascimento, de 24 anos, precisaram desembolsar cerca de R$ 600 para realizar exames particulares, que indicaram a suspeita de câncer. O casal tem um filho de 7 anos.
Atualmente, Priscila está internada no Hospital Municipal Carlos Tortelly (antigo CPN), em Niterói, mas ainda não foi possível fechar o diagnóstico. Para isso, é necessário realizar uma biópsia do tumor encontrado nos exames. Entretanto, o hospital não realiza esse procedimento, o que tem gerado preocupação e sofrimento para a paciente e sua família.
A falta de agilidade no processo de diagnóstico tem causado complicações para Priscila. Carlos Daniel relata que a saúde dela está se deteriorando enquanto a massa tumoral continua crescendo. O tratamento deve ser iniciado nos primeiros 60 dias para que haja uma melhor chance de cura.
Os esforços para transferir Priscila para o Hospital Universitário Antônio Pedro, administrado pelo Governo Federal, não tiveram sucesso. Segundo Carlos Daniel, a unidade se recusou a recebê-la. O marido também acusa o Hospital Municipal Carlos Tortelly de falhar nos esforços para viabilizar a transferência.
Desesperado pela situação da esposa, Carlos Daniel buscou ajuda na Defensoria Pública e obteve uma liminar que determina que o Município ou o Estado realizem a transferência para uma unidade especializada. No entanto, a liminar ainda não foi cumprida.
Enquanto aguarda por uma solução, Priscila tem se mantido estável, mas seu quadro de saúde é delicado. O tumor continua crescendo e pressionando três veias, o que compromete o fluxo sanguíneo em seu corpo. Ela tem sentido falta de ar, dificuldade para deitar e problemas para se alimentar.
Em resposta aos questionamentos, o Hospital Universitário Antônio Pedro afirmou que, embora Priscila tenha o perfil clínico adequado para tratamento na unidade, não havia vaga na CTI disponível até o momento. A unidade de saúde está tentando programar a transferência da paciente nos próximos dias.
Já a administração do Hospital Municipal Carlos Tortelly, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, ainda não enviou respostas sobre o caso até a data de publicação desta matéria.
A situação enfrentada por Priscila reflete a falta de estrutura e recursos na área da saúde, que prejudica o atendimento adequado e o acesso rápido aos procedimentos de diagnóstico e tratamento. É preciso que as autoridades responsáveis tomem medidas urgentes para garantir que casos como esse sejam solucionados de forma eficiente, evitando que vidas sejam colocadas em risco devido ao descaso e à falta de prioridade na saúde pública.