Indiano cria área de proteção ambiental inspirado no filme Avatar

Indiano cria reserva natural inspirada no filme Avatar

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Indiano Criou uma Reserva Natural Inspirada no Filme Avatar

Imagem da reserva natural na Índia
Fotos: Instagram | Rajaji Raghati Biosphere

O ativista Jai Dhar Gupta se engajou em ações pela preservação do meio ambiente após vivenciar os efeitos prejudiciais da poluição do ar. Ele, que era corredor, enfrentou sérios problemas respiratórios, incluindo bronquite asmática, devido à qualidade do ar em Nova Déli. Motivado pela sua experiência, dedicou anos à luta por um ar mais limpo e fundou o movimento “Our Right to Breathe” (Nosso Direito de Respirar). Agora, aos 50 anos, Gupta lançou um ambicioso projeto: a criação de um ecossistema de biodiversidade que remete ao mundo fictício de Pandora, do filme Avatar.

Contrariando a estética cinematográfica, a área que ele adquiriu abrigava um ambiente degradado. Comprada em 2021, a propriedade, com 32 acres, visava a proteção ambiental, e está localizada entre a Reserva de Tigres e o Rio Raghati. Assim nasceu a Rajaji Raghati Biosphere, que se tornará a primeira reserva natural privada da Índia.

Espécies nativas sendo plantadas na reserva
Foto: Instagram | Rajaji Raghati Biosphere

Entretanto, o que ele encontrou foi uma terra deteriorada, resultado de anos de cultivo intensivo de eucalipto, que devastou o solo e a vida nativa. “Sempre sonhei em ser um vigia das florestas na Índia. Não tenho expectativas de qualidade de vida em Nova Déli ou Mumbai. O ar é tóxico por aqui. Quero melhorar minha própria qualidade de vida, e a forma que encontrei para isso foi através da convivência com a natureza”, declara Gupta.

Sendo morador de Nova Déli, ele frequentemente visitava a Reserva de Tigres Rajaji, onde cultivou um amor pela vida selvagem. Quando decidiu que queria estabelecer uma nova vida, foi atraído para essa região, que se tornou seu segundo lar ao longo da última década.

Para revitalizar o local e transformá-lo em seu paraíso de biodiversidade, Gupta contou com a parceria de um renomado especialista em reintrodução de espécies, Vijay Dhasmana.

Ave na reserva
Foto: Instagram | Rajaji Raghati Biosphere

A equipe se deparou com um terreno que foi alterado pela construção civil, que prejudicou ainda mais a paisagem. Dhasmana relata que “Cinco mil eucaliptos foram cortados poucos dias após a compra da propriedade. Depois, a topografia foi moldada para garantir que a água fosse retida, evitando erosão e favorecendo a recarga de aquíferos subterrâneos.”

Logo que a água começou a infiltrar-se no solo novamente, os ambientalistas realizaram um estudo abrangente sobre a interação entre as diversas espécies de plantas nativas em áreas florestais preservadas.

Contornos no terreno para retenção de água
Contornos e relevos no solo garantem a retenção de água. Foto: Instagram | Rajaji Raghati Biosphere

“Coletamos sementes, estabelecemos um banco de sementes e ajudamos parques florestais no plantio de diversas espécies nativas, como haldu, rohini, mala, saal, jamun e pangana. Essas plantas foram posteriormente replantadas em nossa reserva”, explica Gupta.

Para ele, essa reserva representa não apenas um espaço, mas um microambiente. “Trabalhamos para criar um ambiente puro, cultivando somente o que a natureza pretendia para esta área. Estou buscando algo que vi naquele filme Avatar”, destaca.

Após essa fase inicial de reflorestamento, as perspectivas de Gupta e Dhasmana incluem a introdução de até 40 novas espécies de plantas.

Mudas de espécies nativas sendo cultivadas
Espécies nativas são fundamentais para projetos de reflorestamento. Foto: Instagram | Rajaji Raghati Biosphere

Com 132 espécies de plantas nativas protegidas sob rigorosas regulamentações, a entrada de visitantes é restringida para evitar qualquer dano ao ecossistema. “Aqui, não é permitido trazer lixo plástico nem alimentos com sementes”, observa Gupta. Ele já se sente a pessoa mais rica do mundo, afirmando que “ficou mais rico em termos de paz mental do que em 50 anos anteriores”.

Apesar da criação de duas pequenas casas para possíveis hóspedes, a filosofia de ecoturismo não está entre os planos. Conforme Gupta, “o foco é que a natureza venha primeiro, não os humanos.” Além disso, ele e Dhasmana têm recebido muitos contatos de pessoas em todo o país, desejosas de replicar essa iniciativa positiva. “Devemos voltar ao básico e nos reconectar com a natureza”, conclui.

Elefante na reserva
A vida selvagem está voltando ao local. Fotos: Instagram | Rajaji Raghati Biosphere

Os efeitos dessa iniciativa são visíveis, já que leopardos, veados, elefantes e várias aves, como as águias, agora transitam livremente e em segurança na biosfera criada por esse ativista ambiental.

Pegadas de elefantes e leopardos na reserva
Pegadas revelam a presença de elefantes e leopardos. Fotos: Instagram | Rajaji Raghati Biosphere

Gupta afirma que “a verdadeira riqueza não consiste em posses materiais, mas na tranquilidade de espírito”, enfatizando o quanto sua vida mudou desde que se comprometeu a este projeto significativo. As interações e o desejo de outros replicarem seu projeto só reforçam a importância e a necessidade de um retorno às raízes e a redescoberta do respeito pelo meio ambiente.

Vista aérea da Rajaji Raghati Biosphere
Vista aérea de parte do Rajaji Raghati Biosphere. Foto: Instagram

O uso de um único veículo utilitário elétrico que atua como jipe de safári e as diretrizes rígidas que regulam a presença humana na biosfera garantem que a natureza permaneça inalterada. A ideia de turismo passou para um segundo plano, uma vez que o objetivo central é a experiência ecológica e a proteção do ambiente.

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