Império Serrano encerra Série Ouro com uma emocionante apresentação de xirê na Sapucaí
O Império Serrano teve a honra de encerrar os desfiles no segundo dia da Série Ouro. Após um rebaixamento considerado injusto no ano passado, a escola de samba entrou na avenida determinada a mostrar que é uma agremiação do Grupo Especial. Com o enredo “Ilú-oba Òyó: a gira dos ancestrais”, desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza, o Império Serrano contagiou o público com a sua ancestralidade e alegria, mas cometeu algumas falhas de acabamento que podem comprometer sua posição na briga pelo título.
Comandada pela “Sinfônica do Samba” de mestre Vitinho, a bateria foi um dos destaques do desfile, acompanhando o samba-enredo que conduziu a apresentação do Império Serrano. A comissão de frente, coreografada por Marlon Cruz e intitulada “As Mães do Candomblé”, emocionou o público ao representar as princesas da corte do Alafin de Oyó. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Anderson Abreu e Eliza Xavier, estreou com maestria, mostrando muita personalidade e precisão em seus movimentos.
O enredo abordou a importância dos orixás e contou a história dessas divindades como fundadores e reis de várias cidades e reinos africanos. A escola trouxe três alegorias, um tripé e um elemento cenográfico para a comissão de frente. No entanto, algumas falhas de acabamento foram observadas nas alegorias, como ferro aparente em serpentes e problemas de acabamento em esculturas. Mesmo assim, as fantasias do Império Serrano foram bem cuidadas e impressionaram pela grandiosidade.
O intérprete Tem Tem Jr fez sua estreia no comando do carro de som e mostrou um excelente entrosamento com a bateria. O canto da comunidade foi explosivo e a harmonia do conjunto foi mantida em alto nível, principalmente nas alas mais próximas à bateria. A evolução do Império Serrano foi fluida e organizada, com as alas se mantendo compactas e alinhadas, porém, algumas delas aceleraram o passo desnecessariamente, dando a sensação de que o desfile passou rapidamente.
Destaque também para a presença de Aloísio Machado, um dos autores do samba-enredo, em cima do carro de som. Sua emoção ao passar pela Sapucaí contagiou os componentes da escola e o público presente. A bateria “Sinfônica do Samba” também foi um dos grandes destaques, interagindo com um grupo performático durante o xirê dos orixás.
No geral, o Império Serrano fez uma boa apresentação e contagiou o público com seu samba-enredo e energia. Apesar das falhas de acabamento nas alegorias, a escola mostrou que merece estar no Grupo Especial. Resta aguardar a avaliação dos jurados para saber se o Império Serrano tem chances reais de conquistar o título da Série Ouro deste ano.