Zeca Pagodinho doa terreno de 8 mil m² para horta comunitária
Os moradores de Xerém, distrito de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, receberão em breve uma horta comunitária de larga escala em um terreno de 8.000m². Esse terreno foi doado pelo Instituto Zeca Pagodinho, criado pelo famoso cantor e compositor que morou na região e sempre esteve envolvido em ações sociais no local.
Essa horta faz parte de um projeto de agricultura urbana e periurbana que tem como objetivo transformar a realidade do município, conhecido pela vulnerabilidade social. A produção de alimentos utilizará técnicas de adubação e irrigação sustentáveis para cultivar verduras, legumes e frutas. Os alimentos serão vendidos no comércio local e também doados para instituições de assistência, beneficiando diretamente a comunidade.
Segundo o jornal O Globo, será implementado um sistema agroflorestal urbano com o cultivo de espécies nativas da Mata Atlântica, especialmente plantas frutíferas e medicinais. Estima-se que cerca de 100 famílias serão beneficiadas.
O anúncio da iniciativa aconteceu na última terça-feira (30), no espaço onde será construída a horta. O evento contou com a presença de representantes do Ministério de Desenvolvimento Agrário, da Embrapa, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, do Instituto Cidades Sem Fome, além de Zeca Pagodinho.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou: “O objetivo é fazer com que esses alimentos cheguem à mesa da população, além de permitir que quem tiver um pouco mais possa vender para escolas, feiras, destinar à cozinha solidária.”
Além de promover a produção de alimentos, o projeto também visa capacitar os agricultores locais.
A parceria com o Instituto Zeca Pagodinho é um componente essencial do projeto, não apenas pela doação do terreno, mas também pelo papel ativo que o instituto desempenha na mobilização e apoio à comunidade local. O Instituto Zeca Pagodinho foi fundado com a missão de promover ações sociais e culturais em Xerém, buscando promover equidade, inclusão social e cultural. Com esse novo projeto, o instituto amplia seu impacto para a área de segurança alimentar e desenvolvimento sustentável.
Diversas instituições estarão envolvidas na transformação desse projeto em realidade. A Embrapa Agrobiologia fornecerá conhecimentos técnicos para o desenvolvimento de quintais multifuncionais e práticas agrícolas adaptadas às mudanças climáticas. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro ficará responsável pela formação e disseminação de conhecimentos por meio de Unidades Pedagógicas e Solidárias, capacitando a comunidade para a prática da agricultura urbana. A Organização Cidade Sem Fome, que tem experiência na implementação de hortas urbanas em São Paulo, ajudará na construção e gestão da horta em Xerém.
O projeto conta com apoio financeiro do Ministério do Desenvolvimento Agrário e de emendas parlamentares, totalizando R$ 1,5 milhão. A deputada federal Benedita da Silva desempenhou um papel crucial na viabilização das emendas.
Esse projeto seguirá as diretrizes da recém-sancionada Política Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana.
Zeca Pagodinho comentou sobre sua contribuição para o projeto: “É muito bacana poder contribuir com alimento para as famílias. A gente sempre ajudou o povo de Xerém distribuindo cestas básicas para quem a gente sabe que precisa. Esse projeto é legal porque, além de ensinar a plantar, vai colocar comida na mesa de muita gente.”
Louiz Carlos Piquet Chaves da Silva, presidente do Instituto Zeca Pagodinho, explicou a motivação por trás do engajamento no projeto: “A insegurança alimentar foi o que nos motivou a entrar de cabeça nessa área, tendo em vista tudo o que aconteceu na pandemia e no pós-pandemia. Muitas famílias entraram em situação de insegurança alimentar, por isso decidimos dar esse passo.”
A iniciativa promovida pelo Instituto Zeca Pagodinho em parceria com diversas instituições será fundamental para garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável em Xerém, proporcionando um impacto positivo na vida dos moradores e promovendo ações de inclusão social e cultural. A doação do terreno para a construção da horta comunitária é um exemplo de compromisso e responsabilidade social que deve ser reconhecido e incentivado.