Tartarugas marinhas encontradas no RJ comeram lixo de origem humana

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Estudo revela impacto da poluição plástica em tartarugas-verdes no Rio de Janeiro

Tartaruga-verde em ambiente marinho
Tartaruga-verde. Foto: Roberto Lopez na Unsplash

De acordo com um estudo recente, resíduos sólidos originados da atividade humana, em sua maioria plásticos, foram encontrados no sistema digestivo de quase 70% das tartarugas-verdes que encalharam nas praias do centro-sul do Rio de Janeiro entre maio de 2019 e março de 2021. Essa pesquisa foi divulgada na última sexta-feira pela revista científica “Ocean and Coastal Research” e realizada por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e de outras instituições colaboradoras.

O estudo concentrou-se em 66 tartarugas-verdes, um tipo de tartaruga marinha, examinando o conteúdo de seus tratos gastrointestinais. No total, foram identificados 1.683 detritos, sendo que 850 desse total — mais da metade — eram plásticos flexíveis, como os utilizados em sacolas. As partículas encontradas estavam principalmente no intestino grosso dos animais. Entre os outros resíduos detectados, estavam cordas, linhas, plásticos rígidos e borrachas.

Tartaruga marinha morta devido a redes de pesca descartadas
Tartaruga marinha morta devido a redes de pesca descartadas.

Os autores do artigo sugerem que essas tartarugas possivelmente confundem os detritos com seus alimentos naturais. De fato, a cor dos resíduos que predominou em mais de 36% das amostras era âmbar ou marrom. Além disso, 40% dos fragmentos mediam entre meio milímetro e dois centímetros e meio.

Uma das autoras do estudo, Beatriz Guimarães Gomes, da Uerj, ressaltou que esta é a primeira pesquisa a investigar o conteúdo do trato gastrointestinal de tartarugas encalhadas no contexto do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos. “Os resultados apontam para o impacto da poluição plástica nas tartarugas-verdes e ajudam a compreender melhor esse problema na região, contribuindo assim para que as autoridades possam elaborar estratégias eficazes de proteção”, explicou.

As tartarugas marinhas frequentemente confundem plásticos com alimento, o que pode resultar em sua morte e, consequentemente, contaminar as cadeias alimentares marinhas. A fim de endereçar questões relacionadas à poluição das águas, a Organização das Nações Unidas (ONU) designou o período de 2021 a 2030 como a Década do Oceano. No Brasil, quase 3,5 milhões de toneladas de sacolas plásticas, garrafas PET, canudos, embalagens de xampu e isopor são despejadas no meio ambiente anualmente, segundo um estudo do Pacto Global da ONU, realizado em 2022.

Gomes também destaca que a falta de conscientização, o consumo excessivo de plásticos descartáveis e o descarte inadequado são práticas comuns que aumentam a quantidade de resíduos nos oceanos. “A educação ambiental nas comunidades é uma medida fundamental para mitigar os danos às tartarugas-verdes e outras espécies marinhas”, avaliou.

Poluição plástica nos oceanos
Foto: iStock

A autora enfatiza que a pressão exercida pela sociedade sobre indústrias e governos para que avancem em alternativas sustentáveis e políticas adequadas de gestão de resíduos ainda é considerada insuficiente. Para ela, além de fomentar a reciclagem e o descarte correto, é essencial que haja uma transição para a economia circular, que busca reduzir o desperdício e reaproveitar materiais. “Com esse engajamento, talvez possamos efetivamente enfrentar a poluição plástica nos oceanos”, conclui.

Fonte: Agência Bori

Fonte: Guia Região dos Lagos

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