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Suécia se torna o primeiro país no mundo considerado livre do tabagismo
A Suécia alcançou um marco significativo ao reduzir a quantidade de fumantes na população para 4,5%, sendo assim a primeira nação a ser reconhecida como livre do tabagismo. Este feito foi registrado em abril deste ano, quando o índice de fumantes teve uma queda de 5,6% para 4,5%. Esse percentual é determinado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelece que um país é considerado livre do tabaco quando a taxa de fumantes é inferior a 5%.
A cada ano, o tabaco resulta na morte de aproximadamente 8 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo mais de sete milhões de fumantes ativos e mais de um milhão de pessoas que não fumam, mas estão expostas ao fumo passivo. A trajetória adotada pela Suécia pode servir como inspiração para outros países que buscam também reduzir esses números alarmantes.
O relatório intitulado “Smoke Free Sweden” destaca a queda da taxa de fumantes nascidos na Suécia, apresentando dados obtidos durante a pesquisa nacional de saúde pública. Essa diminuição é atribuída a uma política pública que estimula a população a substituir os cigarros tradicionais por alternativas, como cigarros eletrônicos, snus e bolsas de nicotina. A pesquisa que fundamenta o relatório abrange as taxas de tabagismo entre 2022 e 2024.
As alternativas disponíveis para os fumantes não são unanimemente aceitas entre os especialistas. O snus, por exemplo, consiste em um tabaco em pó que é comercializado em sachês e se tornou popular entre jogadores da Premier League, apesar de sua venda ser ilegal na União Europeia. Essa popularidade levou a críticas devido ao fato de que o produto contém nicotina, que pode causar dependência. Alguns relatos indicam que atletas utilizam o snus para melhorar a concentração e relaxar após os jogos. As “bolsas de nicotina”, por sua vez, são uma alternativa livre de tabaco.
Os cigarros eletrônicos, ou vapes, funcionam por meio de aerossóis gerados a partir do aquecimento de um líquido que pode conter ou não nicotina, além de sabores e aditivos químicos que podem ser prejudiciais à saúde. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), não existem evidências científicas que comprovem a eficácia dos vapes como uma ferramenta para abandonar o tabagismo.
De acordo com a OPAS, os níveis de risco associados ao uso de vapes e produtos de tabaco podem variar com base em diversos fatores, como a forma de uso, a frequência de consumo e as características dos produtos. A Dra. Alessandra Bastos, farmacêutica e ex-diretora da Anvisa, acrescenta que o verdadeiro problema para a saúde está na combustão do tabaco e não na nicotina em si, que gera dependência.
“O sucesso da Suécia resulta da decisão do governo de apoiar os fumantes e regular alternativas de menor risco, como os cigarros eletrônicos, que representam um risco 95% menor se comparados aos cigarros tradicionais”, afirma a especialista.
A especialista critica a proibição da Anvisa em relação aos cigarros eletrônicos, argumentando que os fumantes que desejam consumir nicotina de forma mais segura se veem obrigados a recorrer a produtos ilegais, que não passam por controle sanitário. “Essa proibição é inadequada, pois expõe os consumidores a produtos cuja origem e composição são incertas, aumentando os riscos de saúde”, alerta.
Iniciativa sueca reconhecida internacionalmente
A organização “Quit like Sweden” aplaude este marco histórico alcançado pela Suécia. Este é um projeto de caráter não lucrativo criado para capacitar líderes globais a replicar o sucesso sueco em todo o mundo. Em abril deste ano, o movimento esteve presente em Brasília, aguardando a confirmação desta conquista que agora se concretizou.
“Isso não é apenas uma conquista da Suécia, mas uma prova concreta para todo o mundo”, ressalta Suely Castro, fundadora do “Quit Like Sweden”. “Hoje celebramos uma revolução na saúde pública. Ao complementar as iniciativas de cessação e prevenção do tabagismo com alternativas seguras e acessíveis ao cigarro, a Suécia demonstrou que um mundo com menos mortes e doenças relacionadas ao tabaco é uma meta alcançável. Agora, precisamos de um esforço global para transformar este êxito em uma realidade mundial”, conclui.
Para mais informações, acesse a fonte: Guia Região dos Lagos
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