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STF decide: Google pode se tornar a nova censora da verdade!

Helton Simões Gomes

# STF Decisivo: Impacto na Responsabilidade das Plataformas Digitais no Brasil

Em uma decisão crucial, o Supremo Tribunal Federal (STF) uniu-se em consenso para declarar a inconstitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que limita a responsabilização dos provedores de internet apenas nos casos de descumprimento de ordens judiciais. Essa decisão é vista como um marco no controle do conteúdo digital no Brasil, forçando as plataformas a agirem mais rapidamente na remoção de conteúdo ilícito ou ofensivo, sem necessidade de autorização judicial prévia.

## Decisão do STF e o Novo Panorama para as Big Techs

O julgamento, que foi amplamente debatido ao longo da semana, culminou em um placar de 7 a 1 a favor da responsabilização civil das plataformas digitais. Com essa maioria formada, a questão que ainda permanece é a extensão da inconstitucionalidade do artigo discutido. Atualmente, a votação está dividida entre a inconstitucionalidade total e parcial, refletindo um racha entre os ministros.

Os ministros Luiz Fux, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes defendem a inconstitucionalidade plena, enquanto Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin são a favor da aplicação parcial, sugerindo que o artigo 21 do Marco Civil deveria ser utilizado para punir as redes. André Mendonça, por sua vez, votou pela manutenção da constitucionalidade do dispositivo.

## Preocupações e Implicações para as Plataformas Digitais

Para as grandes empresas de tecnologia, como o Google, a decisão pode significar um aumento substancial nas demandas por remoção de conteúdo. Um executivo da empresa, que preferiu não se identificar, destacou que atualmente 15% das remoções de conteúdo no YouTube são motivadas por solicitações do Brasil, país que já figura entre os que mais desafiam as políticas da plataforma em âmbito global.

A preocupação principal reside na potencial explosão do número de ações judiciais relacionadas à remoção de conteúdo. “Tivemos cerca de 600 ações judiciais no ano passado. Com a reversão do artigo 19, esse número pode se multiplicar exponencialmente”, afirmou o executivo do Google. Ele destacou ainda que a empresa poderá adotar uma postura mais agressiva na remoção de conteúdo, mesmo que não viole suas políticas internas, mas que seja considerado ofensivo por alguém.

## Novos Desafios para o Judiciário

A decisão do STF de exigir que as plataformas atuem como reguladoras do conteúdo representa um novo desafio não apenas para as empresas digitais, mas também para o próprio judiciário. A linha entre o que é considerado ofensivo ou não pode ser muito tênue e complexa de determinar fora do âmbito judicial.

“Definir o que é ofensivo é muito difícil, especialmente em um regime de responsabilização estrita. Isso basicamente transforma as plataformas em censoras, quando na verdade essa decisão sobre a veracidade de um conteúdo deveria ser feita por tribunais”, destacou o mesmo executivo da gigante de tecnologia.

## Consequências Esperadas

Com a decisão já praticamente consolidada, as plataformas terão que adequar seus processos internos para cumprir com a nova realidade jurídica no Brasil. Além disso, o aumento das disputas judiciais pode se tornar um desafio significativo não apenas para as techs, mas também para o sistema judiciário brasileiro, já sobrecarregado.

Em resumo, a decisão do STF representa um marco importante no cenário digital do Brasil, com impacto direto na maneira como as plataformas de internet operam no país. A expectativa é de que esse novo cenário jurídico provoque ajustes significativos na relação entre conteúdo, usuários e plataformas.

Fonte da Notícia: [Guia Região dos Lagos](https://www.uol.com.br/tilt/colunas/helton-simoes-gomes/2025/06/13/com-decisao-do-stf-google-preve-plataformas-virando-censoras-da-verdade.htm)

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Foto de Felipe Rabello

Felipe Rabello

Felipe é um dos editores do Guia Região dos Lagos.

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