Santarém é nova capital do meliponicultura no Brasil

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Cidade em Santa Catarina se torna referência nacional na criação de abelhas sem ferrão

A atividade de criar abelhas sem ferrão pode ser desconhecida para muitos, mas em Santa Rosa de Lima, pequena cidade de Santa Catarina, essa prática já é tão comum que o município recebeu o título de capital nacional da meliponicultura. Diferente da apicultura, que se concentra na criação da Apis melíferas (abelha europeia), a meliponicultura se baseia na criação racional de abelhas nativas sem ferrão, como a jataí, a mandaçaia e a borá.

Jean Carlos Locatelli, meliponicultor da cidade, impulsiona a prática desde o final dos anos 90. Atualmente, Santa Rosa de Lima abriga mais de 25 mil colônias matrizes de 31 espécies diferentes de abelhas. Esse número é especialmente relevante considerando que a população estimada do município é de 2.088 habitantes, de acordo com dados do último censo do IBGE.

Em agosto de 2024, a cidade recebeu o título de capital nacional da meliponicultura por meio da Lei 14.949/24, sancionada pelo presidente Lula e publicada no Diário Oficial da União. A lei, originada do projeto de lei 752/22, de autoria do deputado Darci de Matos (PSD-SC), destaca a topografia da cidade, marcada por um relevo acidentado que favorece a criação das abelhas sem ferrão.

A meliponicultura em Santa Rosa de Lima está integrada aos aspectos econômicos e ambientais da cidade. Além disso, a atividade está presente na estrutura social e educacional do município, com a presença de criadouros urbanos e projetos em escolas e unidades de saúde, evidenciando o compromisso da cidade com a educação ambiental e a conservação das espécies.

As abelhas nativas sem ferrão desempenham diversos serviços ecossistêmicos e são importantes bioindicadoras da qualidade do ar, da água e do solo. Além disso, são essenciais para a segurança alimentar do planeta, pois são grandes polinizadoras. Em Santa Rosa de Lima, a Guaraipo (Melipona bicolor) é uma das espécies presentes na região. Trata-se de uma abelha social muito mansa, com colônias compostas por mais de uma rainha no mesmo ninho, o que é incomum entre as abelhas sem ferrão. Essa espécie também está incluída na lista de espécies ameaçadas de extinção.

A meliponicultura contribui para a preservação da biodiversidade local e oferece sustento a cerca de 100 famílias na cidade catarinense. Além de apoiar a conservação de espécies em risco, como a abelha guaraipo, a atividade também promove a recomposição da vegetação nativa, essencial para a sustentação das colônias.

A criação de abelhas sem ferrão é uma prática cada vez mais valorizada e reconhecida, pois além de garantir a preservação das espécies e do meio ambiente, também traz benefícios econômicos para as comunidades envolvidas. Santa Rosa de Lima é um exemplo inspirador de como a meliponicultura pode ser desenvolvida com sucesso e se tornar uma referência nacional nessa área.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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