Prefeitura do Rio de Janeiro cria protocolos para enfrentar ondas de calor
A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou na última sexta-feira (27) a criação de uma classificação de índices de calor que visa implementar protocolos de alerta e estabelecer ações públicas nos períodos de altas temperaturas. Com a umidade elevada devido à sua localização litorânea, a cidade enfrenta frequentemente recordes nas temperaturas em dias quentes.
Para preparar a população para essas situações, foram estabelecidos cinco níveis de calor, baseados em dados científicos. O prefeito Eduardo Paes explica que nos três primeiros níveis, chamados de NC1 a NC3, serão feitas trocas de informações com a população. Já a partir do NC4 e, principalmente, no NC5, quando as temperaturas ultrapassarem os 44 graus por três dias consecutivos, poderão ser tomadas medidas como interrupção de atividades e possibilidade de cancelamento de eventos.
A classificação dos níveis de calor leva em consideração a temperatura e a umidade relativa do ar na cidade, além de modelos numéricos de previsão de temperatura para três dias, atualizados a cada quatro horas.
No mês de março deste ano, o prefeito Paes utilizou as redes sociais para pedir à população que evitasse sair de casa devido a pancadas de chuvas fortes previstas pelo Sistema Alerta Rio. Apesar de o alerta não se concretizar, a medida foi bem recebida, mostrando a preocupação do poder público em prevenir possíveis tragédias.
As redes sociais, sites e canais de comunicação com a imprensa continuarão sendo utilizados para divulgar informações à população. O Centro de Operações Rio (COR) será responsável por emitir os alertas. A classificação das temperaturas será dividida em altas (36ºC a 40ºC), muito altas (40ºC a 44ºC) e extremas (acima de 44ºC).
Cada nível de risco possui ações específicas. No NC1, quando não há previsão de altos índices de calor, a cidade continua com sua rotina normal. No NC2, quando há previsão ou registro de altos índices de calor por um ou dois dias consecutivos, serão disseminadas informações sobre os sintomas de exposição ao calor e orientações à população. No NC3, quando há registro de altos índices de calor com previsão de permanência ou aumento por pelo menos três dias, a comunicação será reforçada em todos os canais do COR.
No NC4, quando há previsão de índices de calor muito alto com duração de pelo menos três dias, o COR orientará a população sobre a necessidade de adaptações das rotinas expostas ao calor extremo para preservar a população dos impactos das ondas de calor. Já no NC5, quando há índices de calor extremos com previsão de permanência ou aumento por pelo menos três dias, serão divulgados boletins meteorológicos a cada seis horas, além de um boletim epidemiológico após o fim da onda de calor.
Entre as ações a serem adotadas nos níveis NC4 e NC5 estão a abertura de unidades municipais como pontos de resfriamento, a possibilidade de reagendamento de eventos de médio e grande porte, suspensão de atividades ao ar livre em escolas e oferta de estações de hidratação e distribuição de água em locais de acolhimento de populações vulneráveis.
Além disso, o calor extremo poderá levar à suspensão de trabalhos ao ar livre, atividades esportivas e até mesmo o cancelamento de eventos.
Uma medida interessante adotada pela prefeitura é a atribuição de nomes próprios às ondas de calor extremo, seguindo a metodologia utilizada para furacões nos Estados Unidos. A ideia é garantir uma comunicação eficaz com a população e evitar erros na divulgação das informações. Serão escolhidos dez nomes por ano, levando em consideração os mais comuns no Brasil, em inglês e em espanhol, curtos e fáceis de pronunciar e recordar. Os nomes não utilizados poderão ser reutilizados, enquanto os já usados sairão da lista.
Todas as ações serão orientadas pelo Comitê de Desenvolvimento de Protocolos para Enfrentamento de Calor Extremo e aprovadas pelo prefeito da cidade.
Essa iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro é importante para alertar e preparar a população para enfrentar as consequências das ondas de calor, que estão cada vez mais frequentes e intensas. É fundamental que as autoridades promovam ações de prevenção e ofereçam suporte à população nesses períodos mais críticos.