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Cabo Frio: Pintura das fachadas gera questionamentos e denúncias
A cidade de Cabo Frio tem chamado atenção pelo uso das cores amarelo e azul nas fachadas das últimas reformas e inaugurações realizadas pela prefeitura. O destaque mais recente foi a ponte Deputado Márcio Corrêa sobre o canal Itajuru, que recebeu o Prêmio Talento Engenharia Estrutural em 2005 por seu design único e harmonioso com as paisagens naturais e históricas ao redor.
No entanto, um grupo de engenheiros que acompanhou a construção da ponte durante o governo anterior iniciou um protesto nas redes sociais ao perceber a nova intervenção da prefeitura. Entre eles, o pré-candidato a prefeito Fernando Luiz Cardoso, do partido Novo, chamou a pintura de “aberração”. Logo em seguida, outras fachadas que foram pintadas recentemente com as mesmas cores também foram denunciadas, incluindo o PAM de São Cristóvão, as UBS do Monte Alegre, Porto do Carro, Caminho de Búzios e Reserva do Peró, o ambulatório Demétrio Campos, o Hospital Otime Cardoso dos Santos, no Jardim Esperança, e o Centro de Especialidades Médicas (CEAD) de Tamoios, entre outros.
As denúncias questionam o motivo da escolha dessas cores, principalmente por estarmos próximos ao período de campanha eleitoral. Alguns pré-candidatos a vereadores têm utilizado sutilezas das mesmas cores em suas reuniões e aparições. No entanto, a comunicação da prefeita Magdala Furtado afirmou que ainda não há uma cor definida para a campanha eleitoral.
Além disso, a escolha das cores nas fachadas vai contra duas leis municipais. A primeira, de 1989, determina que a pintura dos bens móveis e imóveis da prefeitura deve ter as cores azul e branco, predominantes no pavilhão do município. A segunda, lei Nº 3.551 de 29 de junho de 2022, estabelece que os imóveis públicos e particulares utilizados pela administração municipal devem ser pintados em uma cor padrão, seguindo as cores predominantes da bandeira de Cabo Frio, ou seja, azul e branco. Essas leis só permitem a dispensa do padrão de cores em casos especiais, como imóveis tombados como patrimônio histórico e cultural, ou se o imóvel for cedido pelo Estado ou União.
As denúncias também destacam a proibição do uso das cores dos partidos políticos em prédios públicos e obras de engenharia. No entanto, a prefeitura alega que a legislação municipal exige apenas a presença das cores azul e branca com predominância, não exclusividade. Portanto, segundo o órgão municipal, não há nenhuma irregularidade na utilização da cor amarela nas pinturas das fachadas das reformas e inaugurações, desde que as cores azul e branca continuem predominantes.
A reação nas redes sociais
A polêmica em torno das cores utilizadas nas fachadas das construções municipais de Cabo Frio ganhou força nas redes sociais. Usuários das redes debateram sobre a estética das novas pinturas e alegaram que as cores não harmonizam com o ambiente histórico e natural da cidade. Alguns apoiaram a iniciativa da prefeitura, ressaltando a importância da renovação estética dos prédios públicos, enquanto outros questionaram a escolha das cores e a suposta motivação política por trás dela.
A prefeitura, por sua vez, afirmou que a pintura das fachadas faz parte de um projeto de revitalização e renovação urbana, buscando trazer mais colorido e vida para a cidade. O município destacou que a escolha das cores amarelo e azul não foge das normas estabelecidas pelas leis municipais, já que as cores azul e branca ainda são predominantes.
A importância da preservação do patrimônio histórico
Cabo Frio é uma cidade com um rico patrimônio histórico, cujas construções antigas são parte importante da identidade do município. A preservação desse patrimônio é fundamental para a valorização da história e cultura local. Portanto, é necessário que qualquer intervenção nas fachadas dos prédios públicos seja feita com cuidado e respeito à harmonia visual da cidade.
No caso das pinturas amarelo e azul, é preciso avaliar se essas cores realmente dialogam com a história e arquitetura do município. É importante garantir que as intervenções não descaracterizem os prédios históricos e não comprometam a identidade de Cabo Frio.
A discussão em torno das cores utilizadas nas fachadas das construções em Cabo Frio continuará, enquanto a prefeitura segue com seu projeto de revitalização urbana. É importante que a população participe desse debate, pois a cidade é de todos e a preservação de seu patrimônio histórico e cultural deve ser uma preocupação coletiva.
Fonte da Notícia: Guia Região dos Lagos