Quase metade dos brasileiros substituiria carros a gasolina por bikes elétricas

O número de brasileiros que escolhem bicicletas como meio de transporte tem crescido significativamente, superando a busca por carros, motos e ônibus. A popularidade do setor de bicicletas elétricas está em ascensão, com uma taxa de crescimento registrada em 12% no ano de 2023, em comparação com o último ano. As projeções indicam que esse crescimento poderá chegar a 34% até 2025. Dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) estimam que, até este ano, aproximadamente 300 mil unidades terão sido vendidas.

Um estudo da Descarbonize Soluções, especializada em tecnologias para energia limpa, revelou que 49% dos brasileiros estariam dispostos a usar bicicletas elétricas como alternativa aos veículos tradicionais. As principais motivações para essa mudança incluem a economia financeira, mencionada por 15% dos entrevistados, e a redução da pegada ambiental, citada por 14%.

Segundo Antônio Lombardi Neto, Diretor de Tecnologia da Descarbonize Soluções, as bicicletas elétricas oferecem vantagens consideráveis: “As bicicletas tradicionais já são uma excelente alternativa aos veículos a combustão. As elétricas, por sua vez, atendem àqueles que, devido à distância ou limitações físicas, não utilizam bicicletas convencionais. Assim, elas não apenas proporcionam uma opção de transporte sustentável como também contribuem para a economia. As facilidades de carregamento são um atrativo adicional, com opções de recarga em estações públicas ou utilizando carregadores portáteis, o que facilita para o ciclista”, explica.

Lombardi também enfatiza a importância de investimentos para melhorar o acesso a opções de transporte sustentável: “As opções para investimento em transportes ecológicos são cada vez mais variadas, e precisam considerar os diferentes perfis da população. É essencial que haja investimentos tanto públicos quanto privados para que o cenário se torne mais acessível. Dados demonstram um crescente interesse da população em apoiar iniciativas sustentáveis. A combinação dos esforços de todas as partes interessadas é crucial para alcançar um futuro ambiental mais positivo”, destaca.

A pesquisa revelou ainda que, em média, os brasileiros utilizam bicicletas três vezes por semana, enquanto 8% dos entrevistados afirmaram pedalar todos os dias. Além disso, a presença de bicicletas nas cidades é notada por outras pessoas: 75% dos participantes disseram que observam bicicletas em circulação em suas localidades diariamente.

Infraestrutura para Ciclistas e suas necessidades

À medida que o uso das bicicletas se intensifica, a necessidade de uma infraestrutura adequada nas cidades se torna cada vez mais evidente. É fundamental que, além de ciclovias, haja outros fatores que garantam a segurança dos ciclistas, como ciclofaixas, sinalizações apropriadas e bicicletários. O entendimento das leis do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) também se faz necessário para equilibrar o trânsito entre ciclistas, motoristas e pedestres.

Embora tenha havido um avanço na infraestrutura, com um crescimento superior a quatro mil quilômetros de ciclovias entre julho de 2023 e julho de 2024, equivalente a um aumento de 7,3% em relação ao período anterior, ainda há lacunas a serem preenchidas. A pesquisa mostra que 55% dos entrevistados percebem que suas cidades têm alguma estrutura para ciclistas, mas que ainda existe espaço para melhorias. Por outro lado, 25% consideram as condições em seus municípios satisfatórias, enquanto 19% acreditam que não há nenhuma estrutura disponível.

“É imprescindível que as grandes cidades e centros urbanos ampliem investimentos na criação de ciclovias, ciclofaixas e bicicletários. As bicicletas representam um meio de transporte econômico e sustentável, que pode ser ainda mais valorizado com um maior incentivo do governo”, conclui Lombardi Neto.

Esta pesquisa contou com a participação de 500 brasileiros de todas as regiões do país, incluindo homens e mulheres com idade a partir de 16 anos e pertencentes a diferentes classes sociais. Os dados foram coletados através de uma plataforma de pesquisa online.