Projeto utiliza GPS para localizar e recolher redes abandonadas

redes fantasmas

Iniciativa utiliza tecnologia GPS para rastrear e coletar redes fantasmas

Qualquer profissional no campo de reaproveitamento de resíduos sólidos repete quase como um mantra: lixo não existe. Na Austrália, um grupo de voluntários de limpeza de praia está experimentando uma ideia interessante para lidar com o problema das redes fantasmas nos oceanos. Eles estão utilizando GPS descartados para rastrear e coletar essas redes, transformando o lixo em uma tecnologia útil.

Estima-se que 10% do lixo plástico que entra nos mares e oceanos sejam redes de pesca perdidas ou abandonadas, também conhecidas como redes fantasmas. Esses materiais foram projetados para capturar peixes, mas acabam causando grande sofrimento nos animais, principalmente quando sua presença é acidental. A organização sem fins lucrativos Tangaroa Blue Foundation, que atua na remoção e prevenção de detritos marinhos na Austrália, está liderando uma iniciativa para coletar essas redes fantasmas.

A ideia surgiu quando o grupo encontrou bóias de GPS usadas por pescadores comerciais para localizar suas redes e linhas. Em vez de descartar esses equipamentos tecnológicos, a Tangaroa Blue decidiu reciclá-los e reutilizá-los para enfrentar o problema das redes fantasmas. Os rastreadores de GPS permitem localizar as redes, mas o desafio real está em recuperá-las.

Os rastreadores são capazes de medir o peso da corda pendurada sob o flutuador, o que ajuda a equipe a determinar o tamanho do barco necessário para a recuperação das redes. No entanto, a iniciativa enfrenta restrições financeiras, como muitas organizações ambientais. Apesar disso, a Tangaroa Blue já conseguiu recuperar com sucesso três redes fantasmas, incluindo uma gigante de três toneladas que ficou emaranhada no Golfo de Carpentaria por mais de um ano.

É importante ressaltar que as redes fantasmas não são apenas um problema nas operações de pesca comercial. Equipamentos de pesca deixados na praia ou no litoral também podem acabar no oceano e prejudicar a vida marinha. Esses equipamentos, como redes de arrasto, linhas, anzóis, potes e gaiolas, podem matar os animais de várias formas. Eles podem ficar presos e vulneráveis a predadores, sofrer ferimentos na tentativa de escapar ou até mesmo morrer de fome por não conseguirem se alimentar.

A Tangaroa Blue está realizando um trabalho fundamental para a preservação dos oceanos e a proteção da vida marinha. A iniciativa tem atraído a adesão de aproximadamente 100 embarcações de pesca comercial, representando 22 empresas internacionais. É necessário o apoio financeiro e o engajamento de mais empresas e indivíduos para ampliar essa ação e combater o problema das redes fantasmas de forma efetiva.

A coleta e reciclagem das redes fantasmas não apenas ajuda a limpar os oceanos, mas também evita que esses materiais continuem prejudicando a vida marinha. Além disso, a reutilização de tecnologias descartadas, como os GPS, mostra que é possível transformar o “lixo” em soluções inovadoras e sustentáveis.

É fundamental que mais pessoas se conscientizem sobre a importância de descartar corretamente os resíduos, especialmente os relacionados à pesca, e apoiem iniciativas como a da Tangaroa Blue. Somente através de esforços conjuntos poderemos proteger o meio ambiente e garantir um futuro sustentável para as gerações futuras.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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