Potencial antioxidante de talos e sementes de uva para chá.

uva antioxidante

Talos e caroços de uva têm potencial para chá antioxidante

O Brasil é um grande produtor de uvas, com uma produção anual de aproximadamente 1,5 milhões de toneladas, sendo metade destinada à indústria do vinho, suco e derivados. No entanto, todo esse processamento gera uma grande quantidade de resíduos que acabam sendo descartados. Mas um novo estudo desenvolvido por pesquisadoras da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP (Esalq) descobriu uma alternativa interessante para esses resíduos: transformá-los em um chá antioxidante.

Após a extração do suco nas vinícolas, a pele, os talos e os caroços de uva não são aproveitados, o que representa um desperdício significativo. A estudante de Ciência dos Alimentos da Esalq, Elisa Resende, juntamente com sua orientadora, a professora Wanessa Melchert Mattos, resolveu investigar o potencial desses resíduos para a criação de um produto saudável e nutritivo.

De acordo com a pesquisa, os resíduos de uva contêm compostos fenólicos, que possuem propriedades antioxidantes, antimicrobianas, anti-inflamatórias e vasodilatadoras. Esses compostos são conhecidos por terem propriedades antitumorais, antienvelhecimento e podem auxiliar no tratamento de doenças cerebrais e artrites reumatoides. Portanto, a transformação desses resíduos em um chá poderia oferecer diversos benefícios para a saúde humana.

O processo de transformação dos resíduos em chá envolve algumas etapas. Primeiramente, é feita uma extração significativa de água dos resíduos. Em seguida, os resíduos são submetidos a uma temperatura controlada de 60º C por duas horas e, posteriormente, são moídos para reduzir a sua partícula. Com isso, é obtida uma farinha dos resíduos, que é peneirada e colocada em sachês para a infusão.

Os testes laboratoriais realizados com o chá obtido a partir dos resíduos de uva mostraram que a quantidade de compostos fenólicos presentes era semelhante ou até superior à encontrada em chás comercializados no mercado. Isso demonstra o potencial do chá de uva como uma opção saudável e nutritiva para consumo.

No entanto, antes de se tornar um produto disponível para o público, a farinha de resíduos de uva precisa passar por análises microbiológicas e sensoriais. Essas análises têm como objetivo garantir a segurança e a aceitação do produto pelos consumidores. Além disso, é possível pensar na incorporação dessa farinha em outros alimentos, como bolos e cookies, ampliando ainda mais as possibilidades de aproveitamento dos resíduos de uva.

A pesquisa desenvolvida pela Esalq é mais um exemplo de como é possível encontrar alternativas sustentáveis para o aproveitamento de resíduos e a redução do desperdício. Além disso, evidencia a importância de valorizar os alimentos e seus subprodutos, buscando aproveitar ao máximo os nutrientes e benefícios que eles podem oferecer.

Portanto, os talos e caroços de uva, que antes eram descartados, revelaram-se uma fonte rica de compostos bioativos, capazes de proporcionar benefícios para a saúde humana. A transformação desses resíduos em chá antioxidante é uma alternativa promissora, que pode contribuir para a redução do desperdício e o aproveitamento integral dos alimentos.

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