Policial militar é absolvido da acusação de assassinato de jornalista em Araruama
No dia 1º de dezembro, o policial militar Alan Marques de Oliveira foi absolvido da acusação de assassinato do jornalista Leonardo Pinheiro, em Araruama, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. O crime ocorreu em maio de 2020 e, após três anos de prisão e investigações, o policial e outro homem, Cleisener Vinício Brito Guimarães, conhecido como Kekei, foram considerados inocentes pela juíza responsável pelo caso.
O julgamento iniciou no dia 31 de novembro no Tribunal do Júri de Niterói, com duração de 12 horas. Durante o júri, os advogados de defesa do policial militar argumentaram que o inquérito foi mal conduzido e direcionado para acusar o réu. Segundo eles, não havia provas suficientes para sustentar a acusação contra Alan Marques.
A vítima, Leonardo Soriano Pereira Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, era um jornalista atuante em projetos sociais na cidade de Araruama e mantinha uma página de notícias local. Além disso, ele também era pré-candidato a vereador.
O assassinato ocorreu no dia 13 de maio de 2020, enquanto Leonardo realizava uma entrevista com moradores do bairro Parati, em Araruama. A morte do jornalista causou comoção na região e levantou questionamentos sobre liberdade de imprensa e segurança dos profissionais da área.
Inquérito mal conduzido
Em nota, Felipi Roulien, um dos advogados de Alan Marques, afirmou que foi comprovado durante o julgamento que o policial não teve qualquer envolvimento com o crime. Segundo Roulien, os jurados reconheceram a fragilidade do inquérito e a má investigação da 118ª DP de Araruama. Ele também criticou a atuação precipitada da Polícia Civil, afirmando que o desejo de encontrar um culpado foi maior do que o interesse pela justiça.
A absolvição do policial militar gerou repercussão e o Ministério Público recorreu da decisão. Agora, caberá aos juízes avaliarem os argumentos do recurso e decidirem se haverá um novo julgamento ou se mantêm a absolvição.
Impacto na sociedade
A morte de Léo Pinheiro trouxe à tona uma série de debates sobre a segurança dos jornalistas e a liberdade de imprensa. O assassinato de um profissional que atuava em projetos sociais e buscava trazer informações relevantes para a comunidade chama atenção para a importância do trabalho jornalístico e a necessidade de garantir a proteção dos comunicadores.
Além disso, o caso também levanta questionamentos sobre a condução de inquéritos e investigações policiais. A fragilidade do inquérito e a má condução das investigações evidenciada durante o julgamento do policial militar Alan Marques mostram a importância de um trabalho mais cuidadoso e imparcial por parte das autoridades competentes.
É fundamental que as investigações sejam conduzidas de forma adequada, com base em evidências concretas e sem direcionamentos prévios que possam resultar em acusações equivocadas. A justiça deve prevalecer, mas também é importante garantir que seja feita de maneira justa e imparcial.
Os próximos passos desse caso ainda estão em aberto. O recurso apresentado pelo Ministério Público será analisado pelos juízes, e a decisão final poderá determinar se haverá um novo julgamento ou se a absolvição será mantida.
Enquanto isso, a família e os amigos de Léo Pinheiro seguem buscando por respostas e clamando por justiça. O legado deixado pelo jornalista e os debates gerados por sua morte contribuem para uma reflexão mais profunda sobre a importância do jornalismo e da liberdade de imprensa em nossa sociedade.
Assassinato de Léo Pinheiro em Araruama
Imagem: Leonardo Pinheiro, jornalista assassinado em Araruama. Fonte: Guia Região dos Lagos.