Piscina na Holanda é aquecida com temperatura do esgoto

Piscina na Holanda é aquecida com calor do esgoto

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Piscina aquecida em Haia, na Holanda
Foto: Divulgação

Embora o gás natural seja uma fonte de energia bastante utilizada em várias nações europeias, sua natureza como combustível fóssil, além das atuais tensões geopolíticas, especialmente relacionadas ao gás proveniente da Rússia, coloca esses países em situação de riscos energéticos. Em resposta a esse contexto, a cidade de Haia, na Países Baixos, está implementando alternativas para a diminuição do consumo de gás, destacando um projeto inovador que utiliza calor extraído do esgoto para aquecer suas instalações esportivas.

Recentemente, no mês de setembro, deu-se início a um experimento no Sportcentrum De Blinkerd, uma instalação comunitária que oferece diversas atividades esportivas e recreativas, incluindo basquete, vôlei e badminton. Dentre suas atrações, a piscina se tornou o foco principal para a aplicação desse novo método de aquecimento.

Funcionamento técnico do projeto

O centro Blinkerd está recorrendo à energia térmica proveniente do esgoto, uma tecnologia também conhecida como riotermia ou aquatermia. Durante o verão, a temperatura da água do esgoto varia em torno de 18°C e, no inverno, cai para cerca de 12°C, configurando uma fonte de calor constante e confiável. Para o funcionamento, uma bomba submersa é instalada na estação de bombeamento de esgoto, a qual retira a água quente, que é então direcionada através de um tubo de 100 metros enterrado sob a estação até a instalação comunitária.

Piscina aquecida em instalações esportivas
Foto: Divulgação

Dentro deste sistema, um tubo, que transporta o refrigerante (composto por glicol), é colocado em contato com um segundo tubo que carrega água limpa, que será aquecida durante o processo. Após o fluxo dos fluidos, a água quente é direcionada para uma bomba de calor, que aumenta sua temperatura até 28 graus, enviando-a diretamente para a piscina. O refrigerante também flui para uma das bombas de calor, que auxilia no aquecimento do prédio e das instalações esportivas por meio de um trocador de calor. Ao todo, foram instaladas cinco bombas de calor no complexo.

Aspectos econômicos do projeto

Uma análise realizada por uma entidade externa estimou que essa nova abordagem poderá proporcionar uma economia de aproximadamente 170 mil metros cúbicos de gás anualmente, um volume equivalente ao consumo de gás de cerca de 170 residências comuns.

Além da significativa redução no uso de gás, essa iniciativa está em concordância com a meta da cidade de Haia de avançar na transição energética. A cidade tem a intenção de tornar todas as suas piscinas sustentáveis em um futuro próximo.

Piscina aquecida utilizando energia térmica de esgoto
Foto: Divulgação

De acordo com Patrick Wagemans, líder do projeto de transição energética do Blinkerd, “na cidade de Haia, existem várias iniciativas direcionadas à transição energética, mas a Blinkerd é a primeira piscina que se desvinculou do gás natural. Globalmente, há apenas uma quantidade restrita de piscinas que utilizam esse tipo de fonte de calor.” Ele ressalta que, por ser uma tecnologia nova, a implementação não é viável em todos os ambientes, sendo que a localização e a estrutura do prédio são fatores essenciais para seu sucesso.

Armazenamento de energia no solo

No contexto da estação, durante o verão, a temperatura do esgoto é mais alta, enquanto no inverno essa temperatura diminui, exigindo um adicional aquecimento. Para minimizar as perdas de calor, o sistema implementa uma estratégia de armazenamento de calor no solo a profundidades de 200 metros. Para isso, são perfurados dois poços: um destinado a armazenar calor durante o verão e outro para reintegrar a água resfriada de volta ao solo na estação mais fria. Este método, chamado de Armazenamento de Energia Térmica do Aquífero (ATES), já é utilizado para regular a temperatura da prefeitura de Haia.

Solução sustentável para aquecimento de piscina
Foto: Divulgação

Além disso, o Blinkerd já implementou outras ações de sustentabilidade, como a substituição de todas as lâmpadas por modelos LED e a introdução de sistemas de ventilação que captam o calor do ar que é expelido. As coberturas das piscinas são utilizadas sempre que as instalações estão fechadas, minimizando a perda de temperatura.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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