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Estudo revela o potencial da bioeconomia na restauração da Amazônia
Qual é a verdadeira oportunidade ligada à restauração ambiental? Esse questionamento é abordado no estudo intitulado Bioeconomia da Restauração na Amazônia, que destaca iniciativas significativas em atividade na região. Desenvolvida pela Aliança pela Restauração da Amazônia, com o suporte da The Nature Conservancy (TNC) Brasil, a pesquisa busca integrar a bioeconomia às práticas de restauração florestal, trazendo benefícios financeiros e contribuindo para o bem-estar das comunidades tradicionais.
O estudo foi motivado pela observação de que muitas iniciativas voltadas à restauração florestal no bioma amazonense carecem de visibilidade, bem como de um entendimento mais profundo sobre como operam e as oportunidades de desenvolvimento que oferecem. Diante da urgência climática que o mundo enfrenta, e particularmente a Amazônia, tornou-se crucial acelerar a criação de mecanismos financeiros e operacionais que garantam que os recursos destinados à restauração cheguem de forma eficiente aos diferentes envolvidos.
A pesquisa abrangeu 61 casos potenciais de restauração, dos quais 13 foram selecionados como os mais significativos. Dentre estes, quatro modelos de negócio se destacaram, que conseguiram promover a restauração de maneira efetiva, adotando abordagens diversas: sistemas agroflorestais, coleta de sementes nativas, restauração ecológica voltada à geração de créditos de carbono e produtos oriundos da sociobiodiversidade, como o açaí e a castanha.
Os critérios utilizados no estudo consideraram a diversidade de localidades, tamanhos de iniciativas e modelos de negócios. Além disso, foram avaliados fatores como a sustentabilidade financeira e a governança social, focando nos benefícios econômicos, sociais e ambientais que estas práticas podem gerar.
Após um ano de trabalho em conjunto, o estudo traz novas perspectivas ao listar as iniciativas de restauração já em funcionamento, independentemente de sua escala, e apresenta categorias que não só promovem a conservação e a recuperação de paisagens, mas que também garantem um manejo sustentável, resultando em impactos positivos e impulsionando a economia local. Os exemplos citados têm origem em empreendimentos de diversos estados da Amazônia, como Pará, Amapá, Acre, Rondônia, Amazonas e Mato Grosso. Além disso, o documento explora os efeitos esperados, incluindo a melhoria do bem-estar das comunidades tradicionais e outros benefícios ambientais e sociais significativos.
“É fundamental dar visibilidade às ações daqueles que já estão promovendo a restauração por meio de abordagens diversificadas, desde pequenos empreendimentos comunitários até grandes empresas. A metodologia não apenas avalia aspectos financeiros, mas também considera a oferta de serviços ecossistêmicos, o engajamento das comunidades e os diferentes níveis de valorização dos ativos socioambientais”, destacou Rodrigo Freire, que é líder de áreas privadas da TNC Brasil na Amazônia e secretário executivo da Aliança pela Restauração da Amazônia.
Rubens Benini, que lidera a área de Florestas e Restauração da TNC Brasil — responsável pela consultoria que elaborou o estudo e está diretamente envolvido no planejamento com a Coalizão Brasil e a Aliança — enfatiza a importância das diversas iniciativas na região para o sucesso das metas climáticas globais. “Estamos cientes de que cumprir o compromisso climático de 1,5ºC do Brasil passa pelo desmatamento zero e por uma restauração em larga escala, que não apenas recupera áreas, mas também impede novos desmatamentos e fortalece uma economia sustentável baseada em florestas. Desde a minha atuação como secretário executivo da Aliança pela Restauração em 2022 e membro do conselho desde 2017, tenho trabalhado com a TNC para integrar esta publicação sobre bioeconomia na Amazônia, buscando soluções integradas que preservem e desenvolvam a região de forma sustentável”, detalhou.
Rubens explica ainda que, por meio deste estudo, a Aliança e a TNC Brasil almejam acelerar a implementação de soluções financeiras e políticas públicas que facilitem a restauração florestal, promovendo assim um futuro sustentável e resiliente para a Amazônia.
A publicação pode ser acessada neste link.
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