Pesquisa da Unisa analisa presença de microplásticos na Guarapiranga

microplásticos Guarapiranga

Estudo da Unisa investiga contaminação por microplásticos no Guarapiranga

Os microplásticos têm se tornado cada vez mais presentes nos oceanos, triplicando sua quantidade no fundo do mar nas últimas duas décadas, de acordo com um estudo divulgado em 2023. Além disso, essas partículas de plástico também são encontradas em animais marinhos, como peixes e crustáceos, e, preocupantemente, têm sido identificadas em diversas partes do corpo humano, ainda sem que se conheçam completamente todas as consequências desse fato.

Diante desse cenário, pesquisadores da Universidade Santo Amaro (Unisa) estão investigando o impacto da contaminação por microplásticos na fauna. Em especial, eles estão analisando essas partículas plásticas no Reservatório de Guarapiranga, situado na zona sul de São Paulo.

Na pesquisa da Unisa, os cientistas coletam peixes e invertebrados aquáticos e analisam o conteúdo gástrico desses animais em laboratório. O objetivo é verificar se diversas espécies de peixes encontradas na região estão contaminadas por microplásticos. Esse resultado seria alarmante, uma vez que esses animais são fontes de proteína para as populações residentes próximas ao lago.

Os microplásticos são pequenas partículas resultantes da degradação de plásticos não biodegradáveis ou presentes em produtos abrasivos, como cremes esfoliantes e de dentes. Apesar de terem dimensões milimétricas, essas partículas têm potencial de contaminar cadeias alimentares. Ao serem ingeridos por organismos, os microplásticos se acumulam e podem chegar à mesa dos consumidores ao longo da cadeia alimentar.

Estudos indicam que os microplásticos podem carregar substâncias químicas tóxicas, que são absorvidas durante sua exposição ao ambiente. Quando animais, e eventualmente seres humanos, ingerem essas partículas, essas substâncias tóxicas podem representar riscos à saúde, com potencial impacto nos sistemas endócrinos e no desenvolvimento humano. Portanto, a preservação dos ecossistemas aquáticos não só promove a proteção ambiental, mas também é uma medida de saúde pública.

Embora a pesquisa da Unisa ainda esteja em andamento, já se sabe que esses fragmentos de microplásticos foram encontrados em inúmeras espécies de animais marinhos, incluindo peixes, crustáceos e até mesmo baleias. Além disso, também foram detectados em água potável.

A contaminação por plásticos não se limita apenas aos oceanos e mares, mas também está presente em rios, como é o caso do Reservatório de Guarapiranga. Para combater esse problema, é fundamental que a sociedade se conscientize sobre os impactos negativos e adote medidas de preservação e redução do uso de plástico.

A coordenadora dos cursos de Engenharia Ambiental e Gestão Ambiental da Unisa, Cristina Vilas Boas de Sales Oliveira, destaca que o descarte inadequado de resíduos contribui para a formação de microplásticos, que contaminam os rios e os oceanos, afetando a fauna marinha e comprometendo a qualidade da água. Por isso, ela ressalta a importância da reciclagem adequada e da educação ambiental para conscientizar as pessoas sobre os impactos do plástico no meio ambiente.

Além disso, é fundamental incentivar a busca por alternativas sustentáveis, apoiando e promovendo empresas que adotam práticas sustentáveis, como o uso de embalagens biodegradáveis ou feitas com materiais reciclados.

Para evitar a contaminação por microplásticos, é essencial reduzir o uso de plásticos descartáveis sempre que possível, optando por utensílios reutilizáveis. Além disso, é fundamental descartar corretamente os resíduos, separando-os adequadamente para facilitar o processo de reciclagem.

A preservação das praias e dos ecossistemas marinhos depende da conscientização e ação coletiva. É urgente que cada indivíduo faça sua parte para combater a contaminação por microplásticos e garantir a saúde dos ecossistemas aquáticos.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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