Parque do Descobrimento: um refúgio de diversidade natural

Parque do Descobrimento

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O Parque Nacional do Descobrimento: Um Patrimônio Natural na Bahia

Parque do Descobrimento
Os Pataxós apoiam a gestão da UC em parceria com o ICMBio. Foto: Adriano Gambarini | WWF-Brasil

Localizado na cidade de Prado, no extremo sul da Bahia, o Parque Nacional do Descobrimento (PND) é um verdadeiro patrimônio ambiental. Celebrando seu 25º aniversário em abril deste ano, essa Unidade de Conservação (UC) é conhecida por suas impressionantes árvores e rica biodiversidade, além de ser um local que proporciona vistas deslumbrantes e uma herança cultural significativa.

Instituído em 20 de abril de 1999 com uma área de 21.129 hectares, o PND foi ampliado para 22.693 hectares em 2012. Considerado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) como um dos principais santuários para a fauna do extremo sul baiano, o parque destaca-se pela proteção de inúmeras espécies e habitats.

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Povo Apiaca rio Juruena. Foto: Adriano Gambarini | WWF-Brasil

Este parque é também responsável pela proteção das bacias hidrográficas dos rios Cahy, do Peixe, Imbassuaba, Japara Grande e Japara Mirim. O rio Cahy, que foi o primeiro ponto onde a expedição de Pedro Álvares Cabral desembarcou no Brasil em 1500, garante a relevância histórica do PND. Em 2000, a Unesco reconheceu o parque como Patrimônio Natural da Humanidade, solidificando sua importância no cenário global.

Descubra as atividades no Parque Nacional do Descobrimento

A região costeira do extremo sul baiano atrai muitos visitantes em busca de suas belíssimas praias. Entretanto, o PND oferece muito mais do que apenas o mar. Os visitantes têm a oportunidade de se aproximar de majestosas árvores e observar espécies ameaçadas de extinção, como o mutum do sudeste e o pica-pau-de-coleira-do-sudeste.

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As trilhas são a melhor maneira de explorar esse ecossistema único. Foto: Adriano Gambarini | WWF-Brasil

As trilhas são uma excelente forma de explorar este ecossistema rico, oferecendo opções para todos os níveis de aventureiros, incluindo famílias e iniciantes. O Caminho da Lagoa, com 11,5 quilômetros de extensão, é perfeito para quem deseja percorrer o parque de ponta a ponta, levando os visitantes ao Mirante da Lagoa. Para aqueles que buscam um passeio mais tranquilo, trilhas como a do Macaco, mesmo com apenas 667 metros, tornam-se ideais para crianças.

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Foto: Adriano Gambarini | WWF-Brasil

Aqueles em busca de aventuras desafiadoras podem explorar as trilhas da Juerana e do Tambor, que oferecem aclives e curvas acentuadas, culminando na visualização da imponente árvore Juerana. Além de desfrutar da biodiversidade local, os visitantes podem conhecer o Caminho de Cumuruxatiba, que dá acesso à aldeia Gurita e à rica cultura Pataxó, mas é importante ressaltar que essa visita deve ser feita com acompanhamento por indígenas credenciados.

Visitas às Comunidades Indígenas

O etnoturismo, como conceitua a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), busca fortalecer a autonomia das comunidades indígenas, promovendo a geração de renda e minimizando impactos ambientais. Visitar o PND oferece uma oportunidade valiosa para se imergir no modo de vida dos Pataxós, que colaboram com a gestão do parque junto ao ICMBio.

Um exemplo disso é a aldeia Tibá, que proporciona aos visitantes a chance de observar como se dá a produção de farinha de mandioca e beiju, além de participar de rituais, práticas agrícolas, pinturas corporais, artesanato e muito mais.

A Sustentabilidade no Turismo nos Parques Nacionais

Conforme dados do ICMBio, a visitação aos parques nacionais atingiu um número recorde de 11,8 milhões de pessoas em 2023. Estes parques, sendo definidos como unidades de proteção integral pela legislação do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza), têm a missão de preservar ecossistemas vitais enquanto permitem a realização de atividades como pesquisas científicas e turismo ecológico.

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Povo Apiaca rio Juruena. Foto: Adriano Gambarini | WWF-Brasil

Letícia Alves, psicóloga de 38 anos, junto a Denis Hyde, economista de 43 anos, ambos exploradores de parques nacionais desde 2021 no perfil @entreparques, destacam como essas UCs têm um papel transformador. O contato com a natureza é crucial para promover uma conscientização ambiental necessária na sociedade.

“Acreditamos que o ecoturismo é uma ferramenta valiosa de conservação, e é essencial que a questão ambiental se torne uma prioridade. O ecoturismo em unidades de conservação permite uma transformação significativa nos visitantes, à medida que eles apreciam a beleza do meio ambiente”, afirmam.

Histórico de Conflitos

Quase 20% do PND está sobreposto à Terra Indígena (TI) Comexatiba, onde se localizam as aldeias Alegria Nova, Gurita, Kaí, Monte Dourado, Pequi e Tibá. Embora a convivência atualmente seja pacífica, esse cenário não foi sempre assim. Em 2003, houve um retorno histórico dos Pataxós ao seu território, mas enfrentaram resistência por parte da administração do parque, que se estendeu por mais de dez anos. Em 2018, um acordo entre o ICMBio e as lideranças indígenas restaurou a paz, com um Termo de Compromisso que definiu direitos, deveres e projetos voltados à geração de renda e sustentabilidade local.

O cacique Diego Braz da aldeia Gurita ressalta que essa gestão compartilhada entre os Pataxós e o ICMBio tem sido bastante positiva e espera que sirva de exemplo para outras comunidades. “Após muita luta, conseguimos fazer com que o ICMBio entendesse nossa cultura. O Termo de Compromisso é um sucesso e estamos construindo um projeto diferente que queremos que sirva de modelo também para outras comunidades de diferentes estados”, destaca.

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Popularmente conhecido por suas árvores gigantes, a Unidade de Conservação é um santuário de biodiversidade. Foto: Adriano Gambarini | WWF-Brasil

Com o recente fortalecimento do diálogo entre os Pataxós e o ICMBio, a gestão do parque implementou várias atividades de escuta através das redes sociais, que contribuíram para a discussão sobre a mudança do nome do PND, sugerida pela presidente da Funai, Joenia Wapichana, em 2023. Considerando que a palavra “descobrimento” não representa adequadamente a história dos povos indígenas, esta discussão é cada vez mais frequente entre visitantes e a comunidade local.

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O parque é reconhecido como o principal refúgio para a fauna de todo extremo sul da Bahia. Foto: Adriano Gambarini | WWF-Brasil

Após a consulta popular, onde 84% dos participantes apoiaram a mudança, a nova nomenclatura está em análise no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com a expectativa de que um novo nome que reflita a verdadeira essência do parque seja escolhido logo.

Para informações detalhadas a respeito das trilhas, atrações, recomendações e regras de visitação, é aconselhável visitar o perfil no Instagram @parquenacionaldodescobrimento. Lá, os visitantes também encontrarão informações sobre as aldeias da região, incluindo a Tibá, que oferecem diversas experiências de etnoturismo.

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