Instituto Ampara Animal combate tráfico de animais selvagens através das redes sociais
As redes sociais têm desempenhado um papel significativo na promoção de comportamentos e causas, e o Instituto Ampara Animal está tomando medidas ousadas para desencorajar a participação involuntária no tráfico de animais selvagens. Por trás de um vídeo “fofo” de um animal silvestre sendo humanizado, ou interagindo com pessoas, está um cenário de privação de comportamentos naturais, maus-tratos e muitas vezes a retirada do animal da natureza.
A iniciativa visa diminuir curtidas e compartilhamentos de postagens de animais selvagens sendo tratados como pets, evidenciando a responsabilidade de cada indivíduo ao engajar em conteúdos como estes, desafiando a norma e promovendo uma conscientização generalizada.
A força dos conteúdos que promovem a exibição de animais silvestres como pets é real, perigosa e desconhecida para a sociedade: aproximadamente 37% das buscas por compra de macacos são geradas diretamente por conteúdos do Instagram. Até animais considerados “não tão fofos assim”, como as cobras e serpentes, têm 18% de suas compras impulsionadas por conteúdos do aplicativo.
Para combater essa problemática, o Instituto Ampara Animal decidiu focar no algoritmo do Instagram, uma das maiores plataformas de mídias digitais atualmente. A organização busca trazer à tona os impactos dos seguidores no engajamento de conteúdos que utilizam a imagem de animais selvagens como pets para se promover nas mídias digitais, colocando em risco o bem-estar animal, o tráfico de animais selvagens e a conservação da biodiversidade.
Esse tipo de conteúdo, que traz uma visão superficial e romantizada de se ter um silvestre como pet, também influencia cada vez mais no desejo de compra e fomenta um ciclo que coloca em risco toda a biodiversidade.
A campanha teve início com a exposição “Alg*ritmo Selvagem (Reset)” no Conjunto Nacional da cidade de São Paulo, no dia 3 de março, data que marca o Dia Mundial da Vida Selvagem pela ONU. A exposição utiliza expressões artísticas de impacto visual para sensibilizar e convocar a comunidade a participar deste movimento crucial. A exposição visa despertar esta problemática, educar e inspirar, destacando os perigos da influência de conteúdos que exploram a fauna, na manutenção e ampliação do tráfico de animais selvagens e como a simples ação de curtir ou compartilhar certos conteúdos pode inadvertidamente apoiar essa prática prejudicial.
A exposição é apenas o começo, pois o Instituto Ampara Animal estenderá a mensagem para as plataformas de mídia social. Publicações de impacto, envolventes e esclarecedoras serão compartilhadas, incentivando os seguidores a refletirem sobre a influência de suas interações online, a participarem ativamente da reinicialização dos algoritmos e a estabelecerem interações positivas com a fauna.
No dia 14 de março, data que marca o Dia Nacional dos Animais, o Instituto Ampara Animal convoca a comunidade a reiniciar seus algoritmos pessoais, esclarecendo-se das consequências de suas interações online e buscando uma relação mais harmônica, que valorize a biodiversidade em seu ambiente natural, exercendo seus comportamentos selvagens.
“Estamos comprometidos em combater o tráfico de animais selvagens de maneira inovadora, sensível e eficaz. Acreditamos que ao resetar os algoritmos do Instagram e despertar o olhar da sociedade para esta problemática, podemos desencorajar indiretamente a promoção dessa prática criminosa”, afirma Juliana Camargo, fundadora do Instituto Ampara Animal.
A conscientização e a mudança de comportamento são fundamentais para combater o tráfico de animais selvagens, e as redes sociais desempenham um papel importante nesse processo. Ao se engajar de maneira consciente e responsável nas mídias digitais, cada indivíduo pode contribuir para a proteção da biodiversidade e o bem-estar animal.