Origem da inteligência artificial: quem desenvolveu e como surgiu a tecnologia inovadora

Ilustração sobre a história da IA

Explorando a História da Inteligência Artificial

Ilustração que apresenta a evolução da inteligência artificial
A narrativa da IA é contínua e repleta de conceitos, testagens e inovações (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O termo inteligência artificial (IA) foi mencionado pela primeira vez em 1956 por John McCarthy, um dos pioneiros nesse campo. Entretanto, a invenção da IA não pode ser atribuída a um único criador, pois outros grandes nomes, como Warren McCulloch, Walter Pitts e Alan Turing, também desempenharam papéis fundamentais no desenvolvimento dessa tecnologia.

A trajetória da IA é caracterizada por um esforço incessante para criar máquinas que simulem capacidades humanas, inspirando-se no funcionamento do cérebro. Esse desejo levou a uma série de estudos e descobertas que resultaram em aplicações de IA capazes de aprender, resolver problemas, processar informações, produzir conteúdos e reconhecer padrões. O impacto desses avanços revolucionou inúmeros setores e integrou essas tecnologias no cotidiano das pessoas.

Este artigo se propõe a oferecer uma visão aprofundada sobre as origens e a evolução da inteligência artificial, examinando seu impacto na sociedade contemporânea.

Quem pode ser considerado o criador da inteligência artificial?

A inteligência artificial emergiu de uma colaboração entre diversos especialistas e pesquisadores, sendo impossível atribuir sua criação a um único indivíduo. Personalidades como Warren McCulloch, Walter Pitts, Alan Turing, John McCarthy, Allen Newell, Herbert A. Simon, Cliff Shaw, Frank Rosenblatt e Joseph Weizenbaum foram vitais para a emergência da IA.

A concepção da IA se desenvolveu gradualmente, iniciando-se com a invenção das redes neurais e o advento da primeira geração de computadores na década de 1940. Com o tempo, os estudos teóricos evoluíram para testes práticos e implementações significativas da tecnologia.

Como a inteligência artificial começou a se desenvolver?

A narrativa da inteligência artificial tem raízes no século XX, mas seu conceito remonta à Grécia Antiga (do século XII a.C. ao IV d.C.), onde se cogitava a possibilidade de seres artificiais que pudessem desempenhar funções humanas, um tema mais ligado ao místico do que à realidade. Foi apenas na década de 1940 que essa concepção começou a ganhar substância com os primeiros computadores, que, apesar de inicialmente utilizados para fins militares, alimentaram a ideia de que máquinas poderiam realizar tarefas complexas semelhantes às humanas.

Em 1943, o psicólogo Walter Pitts, junto a Warren McCulloch, desenvolveu um modelo matemático simplificado que descrevia o funcionamento neural do cérebro humano, dando origem ao conceito de redes neurais. Esse avanço se tornou fundamental para as investigações em algoritmos e aprendizado profundo.

Conceito de redes neurais que contribuiu para o avanço da inteligência artificial
O conceito das redes neurais foi crucial para os avanços na inteligência artificial (Imagem: alexmogopro/Pixabay)

Após essa fundação, os estudos em IA se intensificaram. Em 1950, a publicação de Alan Turing, intitulada “Computing Machinery and Intelligence”, introduziu o famoso Teste de Turing. Neste experimento, conhecido como “Jogo da Imitação”, uma máquina deveria simular um humano em uma conversa escrita, almejando enganar um avaliador, um passo significativo para demonstrar que máquinas poderiam emular comportamentos humanos.

Representação do Teste de Turing, uma referência importante na inteligência artificial
Representação do Teste de Turing proposto por Alan Turing (Imagem: Luke.schaaf – CC BY-SA 4.0/Wikimedia Commons)

Entretanto, o termo “inteligência artificial” só foi consagrado em 1956, durante a Conferência de Dartmouth, onde John McCarthy o aplicou para descrever o campo que visa criar máquinas com um nível de inteligência semelhante ao humano.

Desse ponto em diante, os estudos em torno da IA impulsionaram a criação de redes neurais artificiais, bem como o desenvolvimento de chatbots, softwares que realizam raciocínio lógico, e sistemas capazes de executar tarefas como um humano.

Quais foram os primeiros experimentos em inteligência artificial?

A intensificação das pesquisas em IA iniciadas na década de 1940 resultou em experimentos e programas inteligentes nas década seguintes. As principais inovações da época foram:

  • Software de damas: Criado em 1952 por Arthur Samuel, foi o primeiro programa de computador a jogar damas e a aprender por conta própria;
  • Logic Theorist: Desenvolvido por Allen Newell, Herbert A. Simon e Cliff Shaw em 1956, este software foi projetado para resolver problemas lógicos e é considerado o primeiro software de IA do mundo;
  • Eliza: Considerado o primeiro chatbot a empregar linguagem natural, foi criado por Joseph Weizenbaum em 1966;
  • Shakey: Este robô móvel, que funcionou entre 1966 e 1972, foi desenvolvido pelo Stanford Research Institute (SRI) e é reconhecido como o primeiro robô capaz de perceber e raciocinar sobre seu ambiente;
  • Dendral: Uma das primeiras aplicações voltadas para a saúde desenvolvida na década de 60 na Universidade de Stanford, usada para explorar a formação de hipóteses em ciências.

O progresso da inteligência artificial rumo à IA generativa

A evolução da IA é rica e contínua, repleta de desenvolvimento e desafios ao longo de sua trajetória. Vale ressaltar que este campo da tecnologia ainda está emergindo; portanto, estamos em uma fase significativa de sua história.

As origens da IA nas décadas de 40 e 50 centraram-se principalmente em estudos teóricos. As descobertas de redes neurais e o desejo de criar máquinas inteligentes enfrentavam limitações quanto ao poder computacional e a necessidade de um entendimento maior do funcionamento do cérebro humano.

Após o Teste de Turing, a pesquisa se intensificou, levando à criação da primeira rede neural artificial (RNA), à introdução do conceito de aprendizado de máquina, e à demonstração de que máquinas podiam replicar tarefas humanas.

Supercomputador Deep Blue da IBM com software de IA para jogar xadrez
Deep Blue, supercomputador da IBM, de 1997, projetado para jogar xadrez utilizando IA (Imagem: Divulgação/IBM)

Após um período de estagnação nas pesquisas, a IA voltou a brilhar nos anos 80 com o surgimento de redes neurais artificiais multicamadas. Nos anos 2000, as aplicações se tornaram mais sofisticadas, embora desafios relacionados a dados e recursos computacionais continuassem a ser obstáculos ao avanço. No entanto, à medida que a tecnologia evoluiu, as máquinas ganharam a capacidade de processar grandes volumes de dados (big data), permitindo melhorias significativas nos algoritmos de RNA, além de otimizar as abordagens de aprendizado de máquina.

A partir de 2015, tecnologias de ponta como reconhecimento de imagem e processamento de linguagem natural ganham destaque, resultando em ferramentas avançadas como ChatGPT, Google Gemini e Midjourney, representativas da IA generativa.

Impactos da inteligência artificial na sociedade

A inteligência artificial vem moldando o estágio atual do avanço tecnológico, trazendo efeitos significativos, tanto positivos quanto negativos, para a sociedade. Dentre os benefícios proporcionados pela adoção da IA em diversas esferas estão:

  • Automação de processos: A IA é capaz de automatizar tarefas repetitivas, que antes eram desempenhadas por humanos;
  • Otimização da produtividade: Mediante a automação, a IA tem potencial para aumentar a eficiência em trabalhos, estudos e em pesquisas científicas;
  • Avanço tecnológico: Com destaque atual, a IA desempenha um papel crucial no desenvolvimento de inovações e tecnologias em diversas áreas;
  • Análise preditiva: Através de grandes volumes de dados, sistemas de IA conseguem antecipar situações e auxiliar em decisões estratégicas;
  • Criação de novos conteúdos: Ferramentas de IA generativa são capacidades de criar conteúdos baseados em dados, promovendo a inovação nas áreas de arte e cultura.

No entanto, a implementação da IA também levanta uma série de preocupações para a sociedade, incluindo:

  • Desafios éticos: O uso da IA é frequentemente cercado por debates éticos, especialmente em relação à regulamentação e direitos autorais;
  • Relações humanas prejudicadas: A proliferação da IA pode desencorajar interações sociais verdadeiras e fomentar a dependência tecnológica;
  • Ameaças emergentes: Indivíduos com intenções maliciosas têm utilizado a IA para práticas fraudulentas, desinformação, deepfakes e outras ameaças digitais;
  • Coleta excessiva de dados: A coleta de informações pessoais se torna crescente, visto que os dados são fundamentais para o funcionamento das aplicações de IA;
  • Desemprego: Embora a IA seja vista como uma ferramenta de apoio, ela pode também contribuir para aumento do desemprego ao assumir funções antes ocupadas por humanos.

História da inteligência artificial: aspectos sobre a criação e a evolução dessa tecnologia impactante

Fonte: Guia Região dos Lagos

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Felipe Rabello

Felipe é um dos editores do Guia Região dos Lagos.

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