São Carlos adota tecnologia de drones para combate a incêndios florestais
Em breve, São Carlos, localizada no interior paulista, poderá contar com um novo aliado na detecção e combate a incêndios florestais. Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP) estão desenvolvendo drones equipados para medir gases como dióxido de carbono e metano, identificando rapidamente focos de incêndio antes que se alastrem.
Drones inteligentes para detecção de queimadas
O projeto inovador integra sensores de gases a sistemas de inteligência artificial, permitindo que os drones atuem como verdadeiros “narizes eletrônicos”. Glauco Augusto de Paula Caurin, professor da EESC e coordenador do projeto, destacou a colaboração com a Defesa Civil, a Prefeitura e a Secretaria de Meio Ambiente de São Carlos para testar a eficácia desses equipamentos no âmbito municipal. A proposta é agilizar a detecção de incêndios florestais, um desafio constante na região.
Apresentação e características do projeto
O protótipo dos drones foi revelado durante a Fapesp Week França, em 11 de junho, evento realizado na Occitânia, sul da França. Dotados de sensores de baixo custo, os dispositivos são capazes de medir continuamente as concentrações de dióxido de carbono e metano, além de registrar temperatura e umidade do ar. Segundo Caurin, “os ajustes realizados nos sensores permitem que eles operem em conjunto para detectar a presença de gases liberados por queimadas.”
Eficiência no combate a incêndios e controle de emissões
Um dos principais benefícios dessa tecnologia é a rapidez na detecção de incêndios comparada aos métodos convencionais, como satélites. Graças aos drones, as autoridades podem agir de maneira mais ágil, evitando que incêndios ganhem proporções incontroláveis. Além disso, os drones oferecem uma solução econômica para o monitoramento de gases de efeito estufa, superando métodos tradicionais como aviões de pesquisa e torres de observação.
Versatilidade e possibilidades futuras
Ao invés de um único voo para coleta de dados, os drones permitem múltiplos sobrevoos, cobrindo áreas específicas com maior precisão. Essa abordagem potencializa a coleta de dados volumétrica dos gases, superando a limitação dos satélites, que fornecem informações superficiais. “Com drones, obtemos uma distribuição volumétrica desses gases, algo que os melhores satélites não conseguem medir hoje”, explicou Caurin.
Desafios e próximos passos
Apesar do desempenho promissor, a autonomia de voo dos drones comerciais ainda é um entrave, limitando-os a missões curtas de 15 a 30 minutos. No entanto, com pesquisas em aerodinâmica, o objetivo é aprimorar a eficiência dos drones, ampliando seu tempo de operação e a capacidade de cobrir grandes áreas florestais. Para validar o uso dessas aeronaves, testes já foram realizados nos arredores do campus da USP em São Carlos, situado entre a Mata Atlântica e o Cerrado. Futuramente, os pesquisadores pretendem expandir as missões para a Amazônia, consolidando o papel dos drones na preservação ambiental.
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