Nova rede de restauração de ecossistemas é implantada no Brasil

mata atlantica

O Brasil ganhou uma Rede de Restauração de Ecossistemas, composta por quase 150 especialistas dos centros de pesquisa da Embrapa. O objetivo da rede é desenvolver diversos modelos de restauração de ecossistemas, tanto produtivos quanto ecológicos, para influenciar políticas públicas e sistemas de financiamento. Além disso, a iniciativa busca identificar lacunas tecnológicas e de conhecimento na área de restauração.

O grupo, batizado de Rede Restaurabio de Restauração de Ecossistemas, foi oficialmente criado em um workshop on-line que contou com a participação de mais de 80 especialistas. A iniciativa faz parte do trabalho do Grupo de Trabalho de Restauração de Ecossistemas da Embrapa, que mapeou os especialistas da empresa que atuam no tema, com focos diferenciados, como gestão da informação, transferência de tecnologia, estudos socioeconômicos e gestão externa.

A criação da rede surge devido à demanda do governo federal e das políticas públicas relacionadas ao Plano Nacional de Mudanças Climáticas e aos compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris. O país se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, além de expandir áreas agropecuárias com integração lavoura-pecuária-floresta e restaurar pastagens degradadas.

A restauração de ecossistemas não se limita ao cumprimento do Cadastro Ambiental Rural, exigido pela Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Novo Código Florestal). O Brasil busca utilizar a restauração como uma forma de capturar carbono na atmosfera por meio de atividades produtivas. Assim, o governo espera que as pesquisas da Embrapa possam apoiar diferentes modelos de restauração ecológica, produtiva e energética para que o país se torne um líder no sequestro de carbono.

A Embrapa está em diálogo com diversas fontes de financiamento, como o BNDES e a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), para viabilizar a restauração de ecossistemas. O governo federal lançou o Programa Arco da Restauração, com um investimento previsto de R$ 1 bilhão, como parte do desafio de zerar o desmatamento e reverter passivos ambientais no Arco do Desmatamento.

A criação da rede de restauro de ecossistemas é essencial para apoiar as entregas do Grupo de Trabalho da Embrapa, especialmente no Plano de Ação para a recuperação das áreas produtivas do Rio Grande do Sul. O diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa destacou a importância dessa rede para fortalecer o programa de restauração ambiental e ressaltou a relevância de resgatar, organizar e potencializar os dados produzidos pela ciência para criar novas oportunidades de pesquisa.

A Rede Restaurabio de Restauração de Ecossistemas também deverá contribuir com a COP 30, que acontecerá em 2025, fornecendo informações sobre a restauração de ecossistemas ao mundo.

Com a formação dessa rede, o Brasil dá mais um passo importante na restauração de ecossistemas e na busca por um desenvolvimento mais sustentável. A Embrapa, junto com os especialistas e parceiros envolvidos, poderá oferecer soluções e conhecimentos para auxiliar na concretização das metas de restauração estabelecidas pelo país. A restauração de ecossistemas é um trabalho fundamental para garantir a preservação do meio ambiente, a segurança hídrica e o combate às mudanças climáticas.

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