“Precisamos ir além dos dados e construir políticas públicas, programas, interações e convênios que possam mitigar e acabar com essa dimensão inaceitável da violência. Precisamos romper com esse Brasil nascido de natureza patriarcal, machista e que afirma a construção da violência como um valor e se afirmar como uma cidade que se organiza e fortalece as políticas que afirmam a presença da mulher na sociedade”, declarou o prefeito Fabiano Horta durante a solenidade.
O secretário de Participação Social, Direitos Humanos e Mulher, João Carlos Lima, o Birigu, também esteve presente no evento e comemorou a inauguração do espaço. “Uma cidade que quer ser libertadora não deve permitir a violência contra as mulheres. Hoje estou muito feliz porque esta ação representa o trabalho que vem sendo desenvolvido para fazer de Maricá uma cidade verdadeiramente libertadora”, completou o secretário.
Nova Casa das Mulheres em Maricá
A Casa da Mulher oferece atendimento e acolhimento a mulheres vítimas de violência física, sexual, institucional e patrimonial. São 11 anos de atividade e mais de 10.000 atendimentos. A nova unidade foi pensada para dar maior autonomia aos atendidos. O novo espaço também abrigará o Centro de Atendimento Especializado à Mulher, que leva o nome de Natalia Coutinho Fernandes (CEAM), oferecendo atendimento especializado a vítimas de violência, oferecendo atendimento psicológico e social e assessoria jurídica. A unidade conta ainda com uma sala de informática para treinamento de assistidos e um veículo que atende aos requisitos de mobilidade domiciliar.
Outra novidade é a implantação de um salão escola de beleza, que terá duas funções no ramo, a primeira oferecerá cursos profissionalizantes em determinada área (incluindo respeito aos serviços de corte de cabelo, manicure, escova e massagem para auxiliares.
A Casa da Mulher conta com uma equipe de advogadas, psicólogas e assistentes sociais que identificam as necessidades dos atendidos, o histórico de violência e realizam classificação de risco com orientações e encaminhamentos para redes de atendimento municipais. Além disso, estabeleceu um protocolo com a 82ª Delegacia de Maricá, que garante que o relatório psicossocial, juntamente com o pedido de medidas protetivas, seja encaminhado ao magistrado para aumentar as chances de internação.
As ações preventivas são apoiadas pelo O Grupo Maria da Penha da Polícia Municipal de Maricá, que trata da proteção diária das vítimas e do cumprimento da Lei Maria da Penha, que tipifica como crime qualquer tipo de abuso. de origem física, paterna, sexual, moral e psicológica contra a mulher. De janeiro a novembro, os agentes já intervieram em 175 casos, incluindo 27 casos de violência doméstica e oito casos de incumprimento da medida protetiva.
Heloneid Stuart imortalizada em Maricá
O nome do local foi escolhido em homenagem a Heloneida Studart, uma feminista que iniciou sua carreira na adolescência quando, como aluna da escola de freiras Imaculada Conceição de Fortaleza, escreveu seu primeiro conto “A menina que fugiu do Rio”. Foi militante pelos direitos da mulher e uma grande referência. O nome foi escolhido em 2011, pois ela também foi apaixonada por Maricá, viveu os últimos dias de vida na cidade, e é referência para essa luta”, explica a coordenadora Luciana Piredda.
O evento também contou com a presença de representantes do poder público, secretários e vereadores, com apresentações de Dalva Alves e Jô Borges, além da apresentação da peça “Até Quando?”, encenada por Marincanto do Teatro das Opressões e Cultura de Direitos Grupo.
Fonte: O Dia