Mundo deve reduzir 42% das emissões para evitar aumento drástico da temperatura.

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Emissões de Gases de Efeito Estufa Necessitam de Redução Imediata para Evitar Crises Climáticas

Desastre Climático
Imagem: Reprodução | NASA

É possível restringir o aquecimento global a 1,5 grau Celsius (ºC), mas para alcançar essa meta, os países devem reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 42% até 2030, e em 57% até 2035. Esta é a conclusão apresentada no Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) no dia 24 de outubro.

A continuidade na implementação das políticas atuais pode levar o planeta a um aumento médio da temperatura de até 3,1°C ao longo deste século, com uma probabilidade de 66%. Além disso, existe uma chance de 10% de que o cenário se agrave, com o aquecimento podendo ultrapassar 3,6°C, conforme salienta o relatório.

Mudanças Climáticas e Queimadas
As emissões de gases de efeito estufa envolvem a Terra, aprisionando calor e intensificando o aquecimento global. O mundo está se aquecendo a uma velocidade sem precedentes na história. Foto: © Brasil2 | Getty Images Signature.

Segundo o estudo, os compromissos assumidos pelos países signatários do Acordo de Paris, contidas nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para o ano de 2030, não estão sendo efetivamente cumpridos e são insuficientes para garantir a manutenção da temperatura do planeta abaixo de 1,5 ºC, considerando os níveis pré-industriais.

Onda de Calor
O calor extremo é mais pronunciado em áreas de alta densidade populacional, como favelas e periferias. Foto: Fabio Caffé | SGCOM | UFRJ.

O relatório também ressalta que o cumprimento estrito das NDCs até 2030 resultaria em um aumento de temperatura de 2,6 °C. Este cenário considera tanto as metas incondicionais, que devem ser cumpridas obrigatoriamente, quanto as condicionadas à disponibilidade de financiamento internacional.

Ademais, a implementação exclusiva das NDCs incondicionais levaria a um aumento na temperatura média global de 2,8 °C. Por outro lado, as políticas atuais demonstram a tendência de um aquecimento de até 3,1 °C.

Urgência nas Ações Climáticas

António Guterres, secretário-geral da ONU, enfatiza a necessidade de ação imediata, começando na próxima ronda de negociações que ocorrerá entre 11 e 22 de novembro, durante a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29). “O tempo urge. Fechar a lacuna de emissões implica também fechar a lacuna de ambição, a de implementação e a financeira”, advertiu ele.

O limite para a atualização das NDCs é fevereiro de 2025, antes da 30ª COP, que será realizada em Belém do Pará, Brasil. Nas novas metas, o ano de 2019 será utilizado como referência para os compromissos de emissões de gases de efeito estufa que os países devem seguir.

Crianças Plantando
Foto: Alana

Caso essa nova referência seja adotada, para manter o aquecimento global abaixo de 2ºC, será necessário reduzir as emissões em 28% até 2030 e 37% até 2035. Os pesquisadores alertam que atrasos nas ações necessárias já resultam em situações que fazem com que o planeta se afaste dessa meta, como o recorde de 57,1 gigatoneladas de CO₂ que foram emitidas em 2023.

Mudanças Climáticas e Adaptação
Aumentou a conscientização sobre os riscos climáticos, no entanto, as adaptações são insuficientes em face da magnitude da crise. Cena de um desastre causado por chuvas excessivas em Petrópolis, Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rego | Agência Brasil.

Há uma conexão clara entre o aumento das emissões e a crescente frequência e intensidade de desastres climáticos. A população global está sofrendo pesadas consequências. O aumento recorde das emissões resulta em temperaturas do mar sem precedentes, que alimentam furacões devastadores; o calor extremo torna florestas altamente inflamáveis e as cidades se tornam verdadeiras sauna; chuvas intensas desencadeiam inundações severas, conforme alertou Guterres.

Alternativas para Redução de Emissões

Além de identificar as reduções necessárias nas emissões, o relatório propõe estratégias como a possibilidade de uma diminuição de 27% nas emissões até 2030 e 38% até 2035, enfatizando o aumento do uso de tecnologias solares e eólicas na geração de energia. A melhoria da gestão florestal, que inclui a diminuição do desmatamento e o incremento de reflorestamento, também possui potencial para reduzir as emissões em 19% até 2030 e 20% até 2035, segundo a pesquisa.

Energia Solar no Ceará e Piauí
No Ceará, existe uma vasta instalação com 446 mil módulos solares cobrindo 576 hectares. Foto: Governo do Ceará.

Investimentos Necessários

Os custos necessários para viabilizar as metas de zero emissões líquidas até 2050 foram avaliados no relatório, que estima que serão exigidos investimentos entre US$ 0,9 trilhões a US$ 2,1 trilhões anualmente, de 2021 até 2050. Esse valor é considerado substancial, mas viável dentro do panorama financeiro global, que conta com um montante aproximado de US$ 110 trilhões nos mercados financeiros.

Para mais informações, consulte o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024.

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