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Desfile Vibrante da União de Maricá Impressiona na Marquês de Sapucaí
Como diz a famosa letra de samba, “Maricá chegou pra vencer”. Com o enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7”, concebido pelo renomado carnavalesco Leandro Vieira, a União de Maricá foi a sexta escola de samba a se apresentar na Série Ouro, fazendo sua entrada na passarela do samba por volta das 3h50 na madrugada do dia 1º, na icônica Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. Em sua segunda participação na Série Ouro, a escola, que conta com o apoio da Prefeitura de Maricá, se destacou com visuais de tirar o fôlego, concorrendo de forma intensa por uma vaga no almejado Grupo Especial.
O prefeito da cidade, Washington Quaquá, fez questão de marcar presença e desfilou em destaque à frente da agremiação. Durante toda a apresentação, a comunicação com o público foi uma constante, e ao final, gritos de “É campeã” ecoaram das arquibancadas, demonstrando a empolgação e apoio dos espectadores para a apresentação.
Com um total de 1.600 integrantes distribuídos em 16 alas e três carros alegóricos, o samba-enredo vibrante trouxe diversas referências às tradições da umbanda, narrando a história de Seu 7 da Lira, uma manifestação de Exu na mãe de santo Cacilda de Assis. O samba, que estava na ponta da língua da comunidade e do público em geral, foi composto por um conjunto de talentosos compositores: Wanderley Monteiro, Rafael Gigante, João Vidal, Vinicius Ferreira, Jefferson Oliveira, Miguel Dibo, Hélio Porto e André do Posto 7.
A autoria do enredo é de Leandro Vieira, um carnavalesco vencedor de títulos em grandes escolas como a Mangueira (2016 e 2019) e Imperatriz (2023), além de duas conquistas na Série Ouro com a Rainha de Ramos (2020) e Império Serrano (2022). “Esse Exu fez história na Umbanda, se apresentando como um Exu excêntrico que liderava uma gira com cânticos de Umbanda e músicas populares. Além de fornecer cura e caridade, era um festeiro nato e chegou a comandar um bloco de Carnaval que se apresentou no centro do Rio de Janeiro. Portanto, o enredo da União de Maricá combina festa, fé e devoção, retratando um aspecto muito brasileiro de quem transforma a fé em celebração e vice-versa”, explicou o carnavalesco antes do espetáculo.
O intérprete Matheus Gaúcho expressou sua confiança em um bom desempenho da escola, destacando o ritmo intenso de preparativos com ensaios técnicos desde o final do ano anterior. “É uma emoção redobrada, pois estive presente desde a fundação da escola. Temos ensaiado muito e trabalhado duro. Com grande respeito, adentramos a Sapucaí para fazer um desfile inesquecível e buscar esse título. O samba está presente na garganta da nossa comunidade e todos estão cantando com entusiasmo”, ressaltou animado antes da apresentação.
Comissão de Frente Impressionante
Um dos destaques do desfile foi a comissão de frente, que recebeu assinatura de Patrick Carvalho e impressionou por seu espetáculo visual, cativando quem assistia ao desfile na avenida. Com um elenco constituído exclusivamente por homens, a comissão exaltou os dois personagens principais da narrativa: Seu Sete da Lira e Mãe Cacilda. Um truque cênico semelhante ao de fantoches foi utilizado, onde os bailarinos representavam Seu Sete da Lira enquanto seguravam bonecas inspiradas na icônica figura de Mãe Cacilda. Ao final da apresentação, alguns integrantes escalaram um tripé que exibiu uma escultura majestosa de Mãe Cacilda, enquanto velas vermelhas surgiam, intensificando o impacto visual do número.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira também ofereceu um show à parte. Fabrício Pires e Giovanna Justo representaram Exu Sete Encruzilhadas e a Pombagira Audara Maria. Ele se apresentou com uma vestimenta repleta de detalhes carnavalescos que remetiam à figura da entidade que incorporou, enquanto a fantasia de Giovanna foi adornada com rosas vermelhas. A leveza e a harmonia da dança foram ressaltadas pela sintonia do casal, que já está em seu segundo Carnaval pela União de Maricá. Eles começaram juntos em 2019 com a São Clemente, buscando agora o título que seria inédito para a escola maricaense e também o primeiro para Fabrício e o quinto para Giovanna. A veterana já conquistou dois títulos pela Mangueira e dois pela Unidos da Tijuca.
A bateria, carinhosamente chamada de Maricadência, se destaca como o coração pulsante da escola. Comandada pelo mestre Paulinho Steves, a Maricadência conta com 250 componentes e almeja novamente a nota máxima em sua apresentação na Marquês de Sapucaí. Paulinho, que está na União de Maricá desde 2016, acumulou experiência ao longo dos anos, tendo se tornado mestre da bateria há quatro anos. Sua ligação com a música é profunda e familiar; seu pai foi mestre da bateria da Estácio de Sá durante 15 anos, e sua mãe foi passista da mesma escola.
Paulinho Steves dirige a bateria ao lado de 18 diretores, cada um responsável por um naipe específico, incluindo cuíca, agogô, chocalho, tamborim, repiques e surdos de diferentes tamanhos.
Simpatia e talento marcam a atuação da rainha da bateria, Rayane Dumont, que, desde que assumiu o posto há cinco anos, encanta pela sua alegria e dança. Aos 26 anos, natural de Cordeirinho, Rayane foi um verdadeiro destaque, mostrando que a energia e a participação da comunidade foram fundamentais para um Carnaval de sucesso. “Nossa comunidade veio com tudo, cantando forte nosso samba com muita energia para fazer um excelente carnaval. É uma responsabilidade tremenda representar minha cidade, sendo nascida e criada aqui, mas é uma honra sem igual”, aseguró a rainha.
No Carnaval passado, a União de Maricá obteve o 4º lugar em sua estreia na Série Ouro, com o enredo “O Esperançar do Poeta”, uma homenagem aos compositores que mudam a vida das pessoas por meio de suas letras e melodias.
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