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Maricá Inova com Teste de Ônibus Híbrido Elétrico-Hidrogênio
No dia 18 de outubro, Maricá, município do Rio de Janeiro, realizou sua primeira viagem de teste com passageiros a bordo de um protótipo de ônibus híbrido que utiliza tanto eletricidade quanto hidrogênio como fontes de energia. A linha escolhida para essas viagens experimentais liga os hospitais municipais Dr. Ernesto Che Guevara, localizado em São José do Imbassaí, e Conde Modesto Leal, no Centro da cidade. Este é o primeiro ônibus dessa nova tecnologia a ser submetido a testes.
O projeto de desenvolvimento dos protótipos é uma proposta da Prefeitura de Maricá, que conta com a participação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTIM) e da Empresa Pública de Transportes (EPT). Este esforço é realizado em colaboração com a Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Tracel Industrial. A meta é promover a descarbonização da frota da EPT, que opera linhas de transporte público com tarifa zero na região, modernizando os veículos e promovendo a sustentabilidade no trânsito urbano.
O prefeito Fabiano Horta comemorou a iniciativa, afirmando: “Este primeiro ônibus simboliza a determinação de nossa cidade em adotar uma matriz limpa para a sua frota. A pesquisa que realizamos em parceria com a UFRJ faz parte da estratégia de Maricá para atrair empresas que desejam desenvolver e produzir esse tipo de ônibus localmente. Nosso investimento em recursos provenientes de royalties de petróleo para pesquisa é um passo importante em direção a uma economia verde e sustentável.”
O investimento total no projeto chega a R$ 11,5 milhões, sendo que os veículos estão sendo desenvolvidos pelo Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ. Além dos dois modelos que utilizam hidrogênio como combustível (um híbrido com eletricidade e outro com etanol), um terceiro modelo que combina etanol e eletricidade também está em fase de desenvolvimento. Atualmente, Maricá conta com uma frota composta por 145 ônibus que operam nas 42 linhas da cidade, abrangendo quatro distritos.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Igor Sardinha, destacou a importância de que a produção dos ônibus ocorra em Maricá. “Nos últimos sete anos, a Prefeitura, em parceria com a UFRJ, tem trabalhado nesta tecnologia que agora estará nas ruas, transportando passageiros em testes reais. O futuro é de uma frota descarbonizada, habilitada por tecnologia nacional e financiada pelo município. Nossa meta é fazer com que a montagem desses veículos aconteça em Maricá, estabelecendo a cidade como um polo de industrialização.”
Essa iniciativa pioneira na gestão pública brasileira poderá ainda render royalties ao município pela propriedade da patente desenvolvida. O ônibus híbrido oferece vantagens significativas em relação aos veículos tradicionais, que operam com combustão interna e aproveitam apenas 15% do potencial energético do combustível, pois não gera poluição no ambiente e tem um desempenho energético muito superior.
Para os próximos anos, a cidade deverá priorizar projetos relacionados à energia limpa e sustentabilidade. “O ICTIM continuará a investir em inovação, abrangendo áreas como turismo, saúde e educação. Diversos setores do município serão beneficiados por essas inovações. Esperamos que entre 2028 e 2030, Maricá se torne uma cidade inteligente, um centro de excelência dentro do Estado e, possivelmente, no país inteiro”, afirmou Cláudio Gimenez, presidente do ICTIM.
Os novos testes estão agendados para começar em janeiro de 2025. Após esta fase de experimentação, Maricá selecionará o modelo de ônibus a ser adotado no programa de descarbonização da sua frota de transporte público. O presidente da EPT, Celso Haddad, acredita que “essa é mais uma etapa crucial para que Maricá consiga concretizar a descarbonização de toda a sua frota de transporte coletivo. Estamos nos posicionando como referência em estratégias voltadas ao futuro do meio ambiente por meio de práticas sustentáveis.”
O professor Paulo Emílio Valadão Miranda, professor titular da UFRJ e presidente da Associação Brasileira do Hidrogênio, explicou as principais diferenças entre este protótipo e os veículos convencionais movidos a combustão: “As diferenças são consideráveis. Este ônibus não produz emissões poluentes enquanto opera. É um veículo sustentável, moderno e proporciona um bom nível de conforto ao passageiro, além de ser praticamente silencioso.”
A primeira passageira a utilizar o novo ônibus foi Amanda Mendes, moradora de Itaipuaçu. Ela embarcou na viagem que partiu do Parque Nanci e terminou no Terminal Rodoviário do Povo, no Centro. “É uma ideia incrível que está sendo implementada. Acredito que é fundamental termos essa preocupação com o meio ambiente. Parabéns à nossa cidade por investir nessa direção”, disse a passageira, demonstrando entusiasmo com a nova iniciativa.
Fonte: Guia Região dos Lagos
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