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Ministério Público denuncia deputado por homicídio de jornalista em Maricá
O Ministério Público do Rio de Janeiro apresentou uma denúncia contra o deputado estadual Renato Machado, do Partido dos Trabalhadores (PT), acusando-o de ser o mandante do assassinato do jornalista Robson Giorno, ocorrido em 2019. Segundo os promotores, Machado foi responsável pelo planejamento, determinação e execução do crime, que teria motivações ligadas a questões pessoais. Outras alegações contra o parlamentar também foram levantadas pelo MP.
A morte do jornalista foi um crime que repercutiu amplamente na mídia e na sociedade. Além de Renato Machado, outras três pessoas foram formalmente acusadas pela morte de Giorno:
- Rodrigo José Barbosa da Silva, conhecido como Rodrigo Negão;
- Davi de Souza Esteves, identificado como subtenente Davi;
- Vanessa da Matta Andrade, chamada de Vanessa Alicate.
Todos os três indivíduos foram detidos na época, mas atualmente se encontram em liberdade.
De acordo com as investigações realizadas pelo Ministério Público, Rodrigo Negão e subtenente Davi foram os responsáveis pela execução do crime, que teve como motivação o ressentimento e a vingança. A acusação destaca que Renato Machado ordenou o homicídio em resposta a ataques à sua honra, que estavam relacionados a um suposto envolvimento extraconjugal com Vanessa Alicate e a uma pretendida gravidez.
O assassinato aconteceu em maio de 2019, quando o jornalista foi abatido com seis disparos na presença de sua esposa. Giorno era empresário e proprietário do jornal “O Maricá”.
Novas acusações contra o deputado
Além das alegações vinculadas ao homicídio, Renato Machado se defronta com outras acusações graves apresentadas pelo Ministério Público. Recentemente, ele se tornou réu após a aceitação de uma nova denúncia por desvio e lavagem de dinheiro, proveniente de uma investigação da Polícia Civil sobre irregularidades em obras públicas.
O primo de Machado, Reginaldo Machado, também enfrentou a mesma situação judicial. As investigações sugerem que ambos faziam parte de uma organização criminosa que atuou em Maricá entre 2019 e 2022, visando a apropriação de recursos públicos em benefício próprio. A denúncia afirma que o deputado era o destino final do montante desviado.
Renato Machado, que é pastor evangélico e construiu sua trajetória política em Maricá, ocupou diversos cargos como secretário na administração municipal e também foi presidente da Autarquia Municipal de Obras, conhecida como Somar.
Em julho, a emissora RJ1 reportou que um terreno, atualmente transformado em centro esportivo, suscitou uma investigação. O proprietário do local era o primo de Renato, e a acusação é de que o deputado recebeu benefícios financeiros para facilitar a negociação com a prefeitura.
Com isso, o MP alega que houve uma manipulação de preços de aquisição do imóvel, resultando em um prejuízo superior a R$ 636 mil para a municipalidade.
Além disso, conforme o relatório da investigação, Reginaldo recebeu um pagamento da Somar e imediatamente repassou R$ 150 mil para Renato Machado no mesmo mês. O advogado do deputado foi procurado para comentar a situação e informou que o parlamentar prefere que sua defesa se pronuncie sobre as acusações.
“Renato nega firmemente qualquer envolvimento no assassinato do jornalista Robson Júnior. Desde o início, ele colaborou com as investigações, prestando um depoimento detalhado quando foi convocado, e sempre se mostrou firme em sua defesa, negando qualquer vínculo com o ocorrido. As acusações se baseiam fundamentalmente no testemunho isolado de uma única pessoa”, afirmou o advogado.
No que diz respeito às acusações de desvio de verba e lavagem de dinheiro, o advogado ressaltou que Renato Machado não tinha participação nas decisões sobre quais terrenos deveriam receber obras em Maricá, contestando assim a narrativa apresentada pelo MP.
“Ele nega a forma como essas acusações foram formuladas pela Promotoria, e essa nova denúncia causou estranheza, uma vez que o terreno em questão já pertencia ao Reginaldo há mais de 30 anos. Dessa forma, a ideia de que o deputado teria adquirido tal imóvel com a intenção de facilitar uma desapropriação é desprovida de lógica”, completou.
A Prefeitura de Maricá ainda não se manifestou sobre as alegações. O Partido dos Trabalhadores e o primo de Renato Machado também não responderam aos pedidos de posicionamento feitos pela reportagem.
Esse caso traz à tona preocupações sobre a corrupção e a violência dirigidas a jornalistas, além de destacar a complexa intersecção entre política, crime e os interesses privados em contextos municipais.
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