Quadrilha de agiotagem e extorsão é denunciada pelo Ministério Público no Rio de Janeiro
Na última sexta-feira (13), o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GaecoMPRJ) apresentou uma denúncia contra membros de uma associação criminosa envolvida em práticas de agiotagem e extorsão, além de lavagem de dinheiro. As investigações revelaram que esse grupo, composto por 12 indivíduos, estava à frente de uma rede de escritórios focados em agiotagem, atuando em várias localidades, incluindo o município do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e Maricá.
De acordo com o Gaeco/MPRJ, os envolvidos se utilizavam de empresas de fachada e “laranjas” para esconder e disfarçar a origem ilegal dos recursos provenientes de suas atividades criminosas. Entre as empresas envolvidas no esquema, destacam-se a Ômega Planejados & Decorações, a Construtora MR Empreendimentos Imobiliários e a Ferreira & Fonseca Consultoria e Monitoria.
As investigações, que contaram com a colaboração da Coordenadoria de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (CCLD) da Polícia Civil, apontaram que entre os anos de 2010 e 2013, a empresa Ômega movimentou a quantia superior a R$ 6 milhões. Adicionalmente, foi identificado que a Ferreira & Fonseca recebia depósitos fracionados de várias pessoas físicas, em valores baixos e com frequência mensal, uma estratégia típica de pagamentos relacionados à agiotagem.
De acordo com os promotores, após receberem suas vítimas e formalizarem os acordos, membros da gangue contatavam um escritório central, conhecido como “controle”, onde eram registradas todas as informações das vítimas para coordenação das ações dos integrantes da quadrilha.
Além disso, ficou evidenciado que os líderes da organização criminosa, para ocultar e disfarçar os recursos acumulados de suas atividades ilegais, conseguiram, em um curto espaço de tempo, adquirir vários imóveis, acumulando um patrimônio imobiliário de alto valor. Isso foi feito de maneira a mascarar os frutos de seus crimes. O Juízo da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa já aceitou a denúncia apresentada pelo MP.
A operação e o desmantelamento desse esquema são parte de um esforço contínuo das autoridades para combater a agiotagem e os crimes associados, que impactam diretamente a segurança financeira de muitas pessoas. O uso de empresas de fachada é uma estratégia comum entre organizações criminosas, que buscavam garantir que seus ganhos fossem ocultados à luz da lei.
As ações coordenadas pelo GaecoMPRJ estão em linha com as políticas de enfrentamento à criminalidade organizada, e novos desdobramentos são esperados à medida que mais dados são coletados. O caso destaca a importância de uma atuação incisiva das autoridades no combate a práticas que colocam em risco tanto a economia quanto a integridade das vítimas.
As investigações sobre a quadrilha ainda estão em andamento, e as autoridades incentivam que vítimas ou pessoas com informações adicionais sobre o caso se apresentem para contribuir com a investigação e assim evitar que novos crimes sejam praticados. O impacto social da agiotagem é profundo, refletindo em dívidas que muitas vezes levam as pessoas a situações de vulnerabilidade extrema.
O combate a esse tipo de crime é fundamental não apenas para a justiça, mas também para a dignidade das vítimas, que muitas vezes irem em busca de ajuda e acabam se tornando comprometidas em um ciclo de dívidas e extorsão.
Os desdobramentos dessa denúncia e o andamento do processo judicial serão acompanhados de perto pela sociedade, que aguarda justiça e medidas efetivas contra a criminalidade organizada no estado do Rio de Janeiro.