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Início da 9ª Festa Literária Internacional de Maricá
A abertura da 9ª Festa Literária Internacional de Maricá (Flim) ocorreu na noite de sexta-feira (1), marcada pela presença do prefeito Fabiano Horta. A cerimônia iniciou-se com um vibrante cortejo cultural que contou com a participação de artistas de teatro, música, circo, grupos de capoeira, além da Escola de Samba União de Maricá, Bloco Terreirada e da banda Sinfônica Ambulante, todos animando o público presente na orla do Parque Nanci.
A Sinfônica Ambulante conduziu o cortejo, apresentando a icônica canção “Maria, Maria” de Milton Nascimento, seguida pela apresentação da União de Maricá com o samba “O Esperançar do poeta”, que foi destaque na Marquês de Sapucaí este ano e celebra o amor pela cidade.
O prefeito enfatizou que a Flim, que se desenvolveu ao longo de nove anos, apresenta o livro como uma ferramenta essencial na formação dos jovens da cidade, além de estimular a população a se aprofundar na literatura como meio de desenvolvimento humano.
A Flim conquistou um espaço de pertencimento coletivo na comunidade. Durante os próximos dez dias, cultivaremos a cultura como um valor central nas interações humanas. Viva a Flim, viva a cultura, e que cada um viva intensamente esta Maricá, universal e utópica, por esses dez dias que revelarão a eternidade do nosso sonho. A Festa Literária Internacional de Maricá está oficialmente aberta.
O secretário de Educação, Marcio Jardim, um dos organizadores do evento, ressaltou a importância do cartunista Ziraldo, que faleceu em abril deste ano e é homenageado nesta edição da Flim. Ele citou uma frase do artista, destacando que Maricá é a cidade das utopias e sonhos.
“Ziraldo criou um personagem que atualmente reside em cada um de nós, no nosso olhar e nas nossas caminhadas, o famoso Menino Maluquinho. O cartunista dizia que o ser humano é a medida de seus sonhos. É essencial almejar grandes conquistas. Maricá voa alto com Ziraldo e Maluquinho. Viva Ziraldo, viva a Flim!”, declarou Márcio Jardim.
O secretário de Governo, João Maurício de Freitas, afirmou que a Flim foi criada para proporcionar oportunidades e promover a inclusão. “Este é o maior evento literário do Brasil, uma ocasião mágica para todas as famílias”, destacou.
O secretário executivo de Relações Internacionais da Presidência da República, Olavo Noleto, mencionou que a Flim representa uma educação libertadora, onde crianças e jovens têm acesso ao conhecimento e à reflexão. “O legado de Fabiano Horta é mostrar ao Brasil que é possível construir uma cidade dos sonhos”, enfatizou. A secretária de Ciência, Tecnologia e Formação, Adriana Luiza da Costa, também esteve presente na cerimônia de abertura ao lado dos demais secretários municipais e vereadores.
Roda literária sobre resistência e ancestralidade
O professor de Literatura, João do Corujão, mediou a primeira roda literária, que contou com as participações dos escritores Itamar Vieira Jr. e Jacques D'adesk, além da tapeceira Ilma Macedo, abordando o tema “Territórios de resistência: histórias de luta e ancestralidade”. Eles discutiram sobre a liberdade de escrever e a importância de referências históricas.
O autor de “Torto Arado”, Itamar Vieira Júnior, compartilhou que na literatura, a liberdade deve prevalecer, sendo um mecanismo que envolve autor, história e leitor. O autor mergulha na narrativa que está escrevendo, enquanto o leitor processa personagens e eventos, construindo significado. “Independentemente do gênero ou da origem do autor, a literatura oferece uma experiência universal, um compartilhamento de humanidade”, afirmou.
Itamar também abordou a questão da liberdade de expressão na literatura e mencionou o termo “lugar de fala”, que garante voz a mulheres, negros e indígenas que enfrentaram a negação desse direito historicamente.
Esse conceito traz uma transformação no comportamento social. Sempre quremos ouvir aqueles que ocupam esse espaço. Na literatura, e nas artes de forma ampla, a liberdade deve ser a prioridade, pois nossa imaginação é absolutamente livre.
O antropólogo Jacques D'adesk trouxe à tona a memória ancestral, utilizando uma pesquisa realizada em 1997 no Rio de Janeiro, onde identificou 262 monumentos e 61 bustos. Destes, apenas oito estátuas e quatro bustos representavam pessoas negras. D'adesk abriu espaço para discutir a subordinação histórica das representações negras e o racismo, que persistiu desde a Primeira Grande Guerra. “Até mesmo na Alemanha, existia a crença de que ter soldados africanos em seu exército era uma desonra”, observou.
Ilma Macedo, tapeceira do Espraiado, demonstrou o trabalho que realiza com tapetes e bolsas utilizando uma técnica do Marrocos, que incorpora o “ponto brasileiro”, criando peças exclusivas. Sua produção retrata a fauna e flora de Maricá, juntamente com frutas locais como coqueiros e jabuticabas. “Ofereço aulas sobre essa técnica em minha residência ou em espaços da Secretaria de Políticas da Terceira Idade, para a continuidade do aprendizado das tapeçarias”, revelou Ilma.
Flim 2024: Um evento enriquecedor
Organizada pela Prefeitura de Maricá através da Secretaria de Educação, a Festa Literária Internacional de Maricá (Flim) ocorrerá na orla do Parque Nanci até o dia 10 de novembro, oferecendo uma ampla gama de atrações gratuitasdas 9h às 20h. A programação incluirá palestras, debates, apresentações artísticas, rodas de conversa e interações com convidados especiais, abrangendo atividades para adultos e crianças.
A edição deste ano presta homenagem ao cartunista Ziraldo, cuja influência é sentida em toda a ambientação e especialmente na área destinada ao público infantil, a Flimzinha.
Fonte da Notícia: Plantão Guia Região dos Lagos
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