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Maricá destaca-se na preservação ambiental com descoberta de nova árvore frutífera
A cidade de Maricá, no estado do Rio de Janeiro, reafirma o seu compromisso com a conservação ambiental, evidenciado por mais de 60% de sua área territorial abrigada em unidades de conservação, tanto a nível municipal quanto estadual. Recentemente, uma equipe de pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro fez uma descoberta significativa: uma nova espécie de árvore frutífera, classificada cientificamente como Siphoneugena carolynae. Esta árvore, que é a única de sua espécie conhecida mundialmente, encontra-se situada no Monumento Natural da Pedra de Itaocaia, uma unidade de conservação municipal localizada em Itaipuaçu. A Siphoneugena carolynae pertence ao mesmo grupo das jabuticabeiras e possui uma altura aproximada de sete metros.
Andressa Bittencourt, que ocupa a secretaria de Cidade Sustentável, um órgão responsável por desenvolver políticas públicas focadas na proteção ambiental, elogiou as iniciativas promovidas na cidade para salvaguardar o meio ambiente. “A descoberta dessa nova espécie em uma Unidade de Conservação Municipal enriquece nosso trabalho voltado para a preservação das áreas protegidas. Esperamos receber ainda mais pesquisadores, pois já está comprovada a abundância da nossa flora e fauna”, afirmou Andressa.
Dedicativa pesquisa desde 2018
A pesquisa que culminou na descoberta da nova espécie foi realizada por Thiago Fernandes e João Marcelo Braga, que empreenderam uma expedição de campo que se estendeu entre os anos de 2018 e 2023, na região do Morro de Itaocaia. Desde o início dos estudos, a nova espécie tem sido monitorada em intervalos regulares.
Em depoimento, Thiago compartilhou seu envolvimento com essa pesquisa desde a graduação, juntamente com seu orientador e colegas colaboradores. “Realizamos outras descobertas na localidade, incluindo uma espécie frutífera que era conhecida apenas por uma coleta única realizada no século 19 e que atualmente se encontra em cultivo no Jardim Botânico. Além disso, outras duas novas espécies foram identificadas, com distribuição em Itaocaia e Niterói”, explicou Thiago.
O especialista ressaltou que a Siphoneugena carolynae é a décima terceira espécie pertencente ao gênero Siphoneugena. “Coletamos os frutos dessa árvore ainda verdes. Embora não tenhamos examinado os frutos maduros, acreditamos que eles sejam semelhantes aos da jabuticabeira (gênero Plinia), dado que são parentes próximos”, destacou o pesquisador.
O nome atribuído à nova árvore foi sugerido pelos pesquisadores em homenagem a Carolyn E. B. Proença, uma reconhecida pesquisadora da Universidade de Brasília, especializada em Myrtaceae, que contribuiu ao longo de sua carreira para a taxonomia e a biologia reprodutiva das espécies dessa família. Carolyn foi parte fundamental nas discussões que cercaram a nova descoberta.
Os resultados dessa pesquisa foram publicados em julho recente na revista científica Brittonia, a qual é uma das mais respeitadas do cenário internacional, vinculada ao Jardim Botânico de Nova York.
Um ecosistema vibrante historicamente
A região em questão tem atraído a atenção de naturalistas desde o século 19, incluindo Charles Darwin. Em 1832, Darwin visitou a área e se hospedou na histórica Fazenda Itaocaia, onde a nova espécie foi descoberta. As observações que fez durante sua estadia contribuíram significativamente para algumas das teorias formuladas em seu renomado livro “A Origem das Espécies”, que fez com que o cientista ganhasse notoriedade global.
“A recente descoberta marca um avanço significativo na compreensão da flora da Mata Atlântica, que continua a guardar muitas espécies que permanecem desconhecidas para a ciência. Ademais, ressalta a relevância das áreas protegidas para a conservação dessas e de outras espécies raras, que têm uma distribuição geográfica restrita”, declarou o pesquisador.
Essa descoberta não só valoriza as iniciativas de conservação em Maricá, mas também demonstra a importância contínua da pesquisa científico-biólogica nas áreas de preservação ambiental, evidenciando a diversidade e a riqueza do patrimônio natural brasileiro.
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