344 mulheres sofreram algum tipo de violência a cada 24 horas no estado do Rio de Janeiro no ano passado, segundo o Dossiê Mulher 2023, levantado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) e apresentado nesta terça-feira (31) em uma coletiva. O estudo também revelou que mais de 125 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar no mesmo período.
Os dados alarmantes mostram que aproximadamente 21 mil das vítimas sofreram violência física, psicológica e moral simultaneamente. O levantamento também traz como novidade nesta edição o perfil da idade dos agressores, que varia entre 30 e 59 anos. Entre os agressores menores de 17 anos, predominou a prática de violência física. Os casos foram reunidos de todas as delegacias do estado.
A pesquisa revelou que a violência contra as mulheres no estado do Rio de Janeiro é uma realidade constante e assustadora. Além de 344 mulheres agredidas diariamente, foram registrados 43.594 casos de violência psicológica, sendo que 67,6% deles foram cometidos por pessoas conhecidas das vítimas. A faixa etária das mulheres vítimas foi predominante entre 30 e 59 anos, sendo que a maioria delas eram mulheres negras.
Outro dado alarmante destacado pelo Dossiê é o aumento de 30% nos casos de feminicídio em relação ao ano anterior. Foram registradas 111 vítimas de feminicídio no estado, sendo que pelo menos 52 delas já haviam sofrido violência anteriormente, mas não procuraram as autoridades policiais. Três dessas mulheres foram mortas no mesmo dia em diferentes pontos do estado.
A violência contra a mulher afeta não só as vítimas, mas também suas famílias e pessoas próximas. O problema não se restringe a um indivíduo isolado, mas tem impacto em toda a sociedade. É fundamental que as vítimas sejam encorajadas a denunciar e que haja uma estrutura adequada de acolhimento e apoio àquelas que sofrem violência doméstica e familiar.
O combate à violência contra a mulher é uma responsabilidade de todos, incluindo ações do governo estadual. É necessário investir em políticas públicas que promovam a conscientização, a prevenção e a punição dos agressores. Além disso, é importante ressaltar a importância da educação para o respeito mútuo e a igualdade de gênero desde cedo, para que possamos construir uma sociedade mais justa e segura para todas as mulheres.
A divulgação desses dados é essencial para que a sociedade tome conhecimento da gravidade do problema e possa se mobilizar para enfrentar essa situação. É preciso quebrar o silêncio e promover um ambiente em que as vítimas se sintam seguras para denunciar e buscar ajuda. Somente assim poderemos avançar na luta contra a violência doméstica e familiar no estado do Rio de Janeiro, garantindo a proteção e o respeito aos direitos das mulheres.