Marca de produtos veganos utiliza inteligência artificial para preservar tartarugas

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Marca de alimentos veganos utiliza Inteligência Artificial para proteger tartarugas

A NotCo, uma foodtech global, está utilizando a tecnologia para criar alimentos vegetais que se assemelham ao máximo com suas versões tradicionais. A empresa já desenvolveu leites, molhos, maionese e uma série de opções para aqueles que não consomem produtos de origem animal. Agora, a NotCo lançou uma alternativa 100% à base de plantas para as tradicionais “sopas de tartaruga”.

Essa nova criação da marca é de extrema importância, pois busca oferecer uma opção vegana da sopa, sem prejudicar as tartarugas-verdes, uma espécie ameaçada. O produto foi desenvolvido pelo renomado chef Diego Oka e uma equipe de especialistas culinários da empresa. A NotCo buscou lançar o produto em uma ação realizada no Peru, onde o consumo da sopa de tartaruga é comum.

Segundo a organização Sea Turtle Conservancy, a população de tartarugas-verdes diminuiu significativamente nos últimos anos, chegando a apenas 85 mil em todo o mundo. Além das mudanças climáticas e da perda de habitat, o consumo contínuo da sopa de tartaruga é um agravante para essa espécie em diversas regiões.

Apesar de vários governos considerarem a caça de tartarugas ilegal, a própria nação peruana e países como Equador e México tratam o prato como uma iguaria cultural, mantendo o consumo. Diante disso, a equipe da NotCo foi até o Peru ensinar a população a preparar a NotTurtle Soup, uma versão vegana da sopa tradicional.

A iniciativa contou com a contribuição da Inteligência Artificial (IA) proprietária da NotCo, chamada Giuseppe. Essa tecnologia analisa milhares de espécies de plantas a nível molecular para formar novas opções vegetais, sugerindo combinações saborosas, funcionais e sustentáveis. Com a ajuda do Giuseppe, a empresa conseguiu replicar a sopa de tartaruga verde em apenas duas semanas.

Matias Muchnick, CEO da NotCo, acredita que essa plataforma de IA poderosa pode ajudar a resolver problemas antigos da indústria alimentícia e muito mais. Ele destaca que a tecnologia reduziu significativamente o tempo de pesquisa e desenvolvimento, e que as oportunidades são infinitas quando humanos e tecnologia se unem.

É importante ressaltar a situação das tartarugas no Brasil. Mesmo com esforços para proibir o consumo da carne de tartaruga em diversas regiões, o animal ainda é utilizado em receitas de sopa, principalmente em Manaus, no Amazonas. Um estudo conduzido pela bióloga Willandia Chaves revela que cerca de 1,7 milhão de quelônios são consumidos no período de um ano no local. Outra pesquisa, realizada pela WCS Brasil, aponta que 13% dos adolescentes manauaras afirmaram já terem consumido tartarugas, jabutis e tracajás, e 35% relataram que suas famílias também o fizeram.

A iniciativa da NotCo em criar uma alternativa vegana da sopa de tartaruga é um passo importante na conscientização sobre o impacto do consumo desse prato na preservação das tartarugas-verdes. A utilização da Inteligência Artificial na criação de alimentos veganos mostra como a tecnologia pode ser aliada na busca por soluções sustentáveis para os desafios enfrentados pela indústria alimentícia. Com isso, é possível garantir o bem-estar dos animais e do meio ambiente, sem abrir mão do prazer e da diversidade gastronômica.

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