Macaúba pode substituir embalagens de espuma e plástico

Macaúba

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Inovações Sustentáveis na Comunidade Acadêmica

Macaúba
Carmen Guedes (à direita) ao lado da professora Mônica Scapim. Foto: Divulgação

Com o aumento da conscientização sobre os efeitos nocivos do plástico de uso único, a busca por alternativas sustentáveis e viáveis se torna cada vez mais premente. Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), a engenheira de alimentos Carmen Guedes encontrou uma solução promissora: a macaúba, uma palmeira nativa brasileira com alto potencial de produção e ampla distribuição em todo o território nacional.

Como aluna do Mestrado em Engenharia de Alimentos, Carmen está inovando ao desenvolver dois tipos distintos de embalagens feitas a partir do fruto e da polpa da macaúba (Acrocomia aculeata):

  • Um tipo de embalagem que utiliza a fibra do fruto desenvolvido para substituir bandejas de isopor, comumente empregadas no armazenamento e transporte de alimentos.
  • Outro projeto envolve a polpa da macaúba, gerando uma opção biodegradável para os sacos plásticos descartáveis.
Frutos de macaúba
Frutos da macaúba, uma palmeira nativa do Brasil.

A pesquisa de Carmen também busca valorizar a macaúba, que atualmente é fundamental na recuperação de áreas afetadas por degradação. “Dado que a macaúba está sendo utilizada para reflorestamento, podemos utilizar seus frutos na indústria para substituir plásticos convencionais, que são extremamente prejudiciais ao meio ambiente,” ressalta a mestranda.

Embalagens de macaúba
As embalagens criadas interagem com os alimentos, retardando a oxidação e a deterioração.

Benefícios Ambientais

Um dos principais benefícios das embalagens em desenvolvimento é seu impacto positivo no meio ambiente: quando descartadas, elas se decompõem, se tornando adubo para as plantas e não deixando resíduos. Além disso, essas embalagens tornam-se húmus, que é um fertilizante orgânico importante para fertilizar o solo.

Prototipagem de embalagens
Protótipos de embalagens desenvolvidas para substituir o isopor e o plástico, utilizando a fibra e polpa da macaúba.

Outra característica notável é o conceito de “embalagem ativa” que Carmen vem implementando. Essas embalagens têm a capacidade de interagir com os alimentos, prolongando seu tempo de prateleira. “Elas atuam como antioxidantes, evitando que os alimentos se deteriorem pela exposição à luz e outros fatores que aceleram a oxidação,” detalha Guedes.

As matérias-primas utilizadas na pesquisa foram fornecidas pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), que realiza estudos na região de Maringá e utiliza a macaúba em seus projetos de recuperação de áreas degradadas no estado.

Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná
A pesquisa conta com a colaboração do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná.

“A nossa expectativa é que a macaúba deixe de ser vista apenas como um alimento não convencional e que consiga ingressar no mercado como um produto alimentício tradicional. Por meio da nossas investigações, desejamos chamar a atenção da comunidade científica, bem como da indústria alimentícia e da população local para a utilização plena dos frutos da macaúba, estimulando sua produção em parcerias com ações de reflorestamento,” conclui a pesquisadora.

Este projeto de pesquisa está sendo realizado no Laboratório de Desenvolvimento de Novos Produtos, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos, e se alinha a seis dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Carmen Guedes no laboratório
Carmen Guedes usa um texturômetro no Laboratório de Desenvolvimento de Novos Produtos, acompanhada pela professora Mônica Scapim.

A pesquisa é orientada pela professora Grasiele Scaramal Madrona e Mônica Scapim, que aparece ao lado de Guedes na imagem inicial. O trabalho conta com o suporte da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que é um órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), além do IDR, que é um parceiro na investigação científica.

Guedes planeja prosseguir sua trajetória acadêmica com um doutorado. “O nosso foco principal é desenvolver produtos que utilizem a macaúba. É frustrante que, atualmente, ela seja apenas utilizada na produção de biodiesel, quando na verdade possui um valor significativo e poderia ser aproveitada de outras maneiras,” afirma.

Frutos de macaúba
Frutos da macaúba, que é uma palmeira nativa do Brasil.

A pesquisa que abrange a macaúba é um campo familiar para a pesquisadora. Nesse mesmo laboratório, outras estudantes, Larissa Rodrigues e Isabela Milani, desenvolveram, durante seus Trabalhos de Conclusão de Curso, uma manteiga que contém 40% de macaúba. Nesse projeto, Guedes também teve um papel ativo nas análises e na produção dos resultados.

Durante o mestrado, a ideia é aplicar um filme biodegradável ativo como uma embalagem para manteigas convencionais.

No doutorado, Carmen pretende dar continuidade às suas pesquisas focando na macaúba nativa do Paraná, aprofundando-se na caracterização do material e em outras possibilidades de uso.

As informações são da Universidade Estadual de Maringá

Fonte: Guia Região dos Lagos

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