Japão anuncia lançamento do primeiro satélite de madeira do mundo
O problema do lixo espacial na órbita terrestre é uma preocupação cada vez maior, com a quantidade de detritos provenientes de satélites desativados circulando pelo espaço. No entanto, um projeto inovador da agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), em colaboração com a NASA, promete mudar essa realidade: o lançamento do primeiro satélite feito de madeira.
O projeto, chamado de LignoStella Space Wood, faz parte de uma série de iniciativas globais que buscam soluções sustentáveis para o problema do lixo espacial. Em 2020, uma equipe da Universidade de Kyoto enviou amostras de madeira ao espaço com o objetivo de testar a resistência do material em um ambiente tão hostil como o do espaço sideral, caracterizado por grandes variações de temperatura, radiação e partículas solares.
Após 10 meses de testes na Estação Espacial Internacional, os resultados foram impressionantes. As amostras de magnólia, bétula e cerejeira não apresentaram qualquer decomposição, deformação ou danos à superfície. A madeira de magnólia, em especial, mostrou-se a mais resistente e durável, sendo escolhida para a construção do LignoSat2.
Além dos benefícios ambientais, o uso da madeira na construção de satélites tem o potencial de mitigar o risco de colisões no espaço. Com o aumento do volume de fragmentos metálicos e outros detritos orbitando a Terra, a utilização de um material que se queime quase completamente durante a reentrada na atmosfera terrestre reduz significativamente a liberação de partículas metálicas prejudiciais ao meio ambiente.
O protótipo do LignoSat2, equipado com sensores para avaliação de desempenho, está programado para ser lançado ainda este ano, marcando um marco importante na busca por soluções sustentáveis na exploração espacial. Além disso, as descobertas obtidas a partir do uso da madeira em missões espaciais têm o potencial de serem aplicadas em aplicações terrestres, possibilitando a criação de materiais à base de madeira robustos e de alto desempenho.
A iniciativa japonesa é mais um passo em direção à redução do lixo espacial e ao desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis para a exploração do espaço. Com o aumento da conscientização sobre os impactos negativos dos detritos orbitais tanto no espaço como na Terra, é fundamental buscar soluções que minimizem esses efeitos e promovam um ambiente espacial mais limpo e seguro.
No entanto, vale ressaltar que o desenvolvimento do satélite de madeira não é a única iniciativa em andamento. Diversas agências espaciais, universidades e empresas de tecnologia estão empenhadas em pesquisar e desenvolver soluções para o problema do lixo espacial, como a criação de tecnologias de limpeza orbital e o desenvolvimento de materiais mais sustentáveis para a construção de satélites.
O lançamento do primeiro satélite de madeira do mundo é um marco importante no campo da exploração espacial sustentável. Ao utilizar uma alternativa mais ecológica para a construção de satélites, o Japão dá um passo significativo em direção a um futuro espacial mais limpo e sustentável. Resta agora aguardar os resultados do lançamento do LignoSat2 e acompanhar os avanços nessa área promissora.
