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Instituto Semeia apresenta ‘Visitômetro’ de Parques do Brasil

visitrômetro de parques no Brasil

Instituto Semeia apresenta ‘Visitômetro’ para os Parques do Brasil

Desde 2011, o Instituto Semeia dedica esforços para transformar os parques e unidades de conservação no Brasil em fontes de receita, além de promover a proteção ambiental e instigar um sentimento de orgulho nos brasileiros e brasileiras, abrangendo tanto os visitantes quanto as comunidades que habitam essas áreas preservadas. Para viabilizar esse objetivo, a mensuração precisa da visitação nos parques brasileiros é essencial. Essa demanda impulsionou o desenvolvimento do Visitômetro dos Parques do Brasil: dados, desafios e boas práticas do monitoramento da visitação, um estudo inovador divulgado em 17 de março de 2025.

O relatório fornece dados que ampliam o entendimento sobre a visitação nos parques, tanto nacionais quanto estaduais, com base na coleta e análise de informações exclusivas obtidas de órgãos ambientais nos níveis federal e estadual. Notavelmente, pela primeira vez, os dados de parques estaduais foram incorporados à pesquisa.

Segundo Renata Mendes, diretora executiva do Instituto Semeia, “Com o levantamento contínuo de informações relacionadas à visitação, é possível direcionar ações voltadas à melhoria da infraestrutura, para que os parques atendam aos interesses dos visitantes e aos objetivos de conservação ambiental”.

Visitômetro de parques no Brasil
Fonte: Instituto Semeia

A pesquisa destaca a evolução no número de visitantes nos parques naturais brasileiros entre 2012 e 2023, subindo de um pouco mais de 6 milhões para 15,9 milhões, representando um crescimento superior a 160%. Este aumento na visitação está associado a dois fatores principais: o incremento no número de Unidades de Conservação que monitoram a visitação, triplicando em comparação com 2012, e o aumento efetivo das visitas realizadas.

Mariana Haddad, gerente de políticas públicas do Semeia, enfatiza que os parques brasileiros têm um imenso potencial para gerar oportunidades de inclusão e bem-estar, atuando como motores de desenvolvimento sustentável. “Conforme nosso estudo “Parques como vetores de desenvolvimento para o Brasil – Instituto Semeia”, os parques naturais do Brasil poderiam acolher quatro vezes mais visitações, totalizando aproximadamente 56 milhões por ano. Se atingido esse potencial, esses parques podem contribuir com até R$ 44 bilhões ao PIB do país e gerar cerca de um milhão de empregos”, ressalta.

Com as informações fornecidas pela pesquisa, foi possível reconfigurar o tradicional ranking dos dez parques mais visitados do Brasil, que agora inclui quatro parques estaduais: um na Região Norte, dois no Nordeste e um no Sudeste. Veja a tabela detalhada dos Parques Naturais Mais Visitados – uma visão geral por esfera administrativa:

Parques mais visitados no Brasil
Fonte: Instituto Semeia

Entre os 308 parques naturais analisados no levantamento, 165 (54%) adotaram algum método de monitoramento das visitas em 2023, utilizando diferentes abordagens de contagem, seja de forma direta ou por estimativas. Por outro lado, 136 parques (44%) não apresentaram contagem de visitas ou estavam fechados para visitação, e apenas 7 parques (2%) não prestaram informações para a pesquisa.

Parques mais visitados nacionais e estaduais
Fonte: Instituto Semeia

Mata Atlântica: mais de 10,4 milhões de visitas em 2023

No Brasil, parques naturais estão distribuídos entre os sete biomas, cada um deles oferecendo paisagens únicas e atrativos naturais que encantam os visitantes. Os dados revelam que a Mata Atlântica lidera as visitas em 2023 com mais de 10,4 milhões de entradas, o que se deve não apenas à quantidade de parques nesse bioma (153, quase metade do total de parques naturais do país), mas também à alta concentração populacional nas áreas vizinhas, especialmente no Sudeste.

Visitação aos parques no Brasil
Fonte: Instituto Semeia

A preferência por visitas a esse bioma também se deve à presença de alguns dos parques nacionais mais populares, como o Parque Nacional da Tijuca. A Caatinga, que é um bioma exclusivamente brasileiro, ficou em segundo lugar em 2023, com cerca de 2,5 milhões de visitas.

Desafios no monitoramento da visitação

Apesar dos avanços nos últimos anos, existem desafios significativos a serem superados para garantir um monitoramento eficaz e abrangente da visitação em parques naturais. O estudo aponta a carência de apoio político, falta de priorização por parte dos órgãos ambientais, insuficiência de recursos financeiros e humanos, além do uso inadequado de ferramentas como os principais entraves para o avanço do monitoramento da visitação no Brasil.

Visitas aos parques do Brasil
Fonte: Instituto Semeia

“Superar esses desafios exige ações coordenadas e concretas de vários atores, desde a esfera nacional até a local, na elaboração de políticas públicas focadas em fortalecer a visitação sustentável e, consequentemente, o monitoramento contínuo desses espaços”, afirma Mariana.

Durante as entrevistas, o estudo identificou várias iniciativas inspiradoras que estão utilizando tecnologia para promover e monitorar a visitação nas Unidades de Conservação em todo o Brasil. Estas ações variam desde manuais de monitoramento e painéis de indicadores até sistemas de agendamento e dispositivos automáticos para contagem de visitantes.

“Diferentes regiões do Brasil têm implementado essas estratégias, combinando boas práticas e tecnologia. Esses modelos de sucesso podem servir como referência e incentivar outros estados a adotarem abordagens semelhantes, fortalecendo a gestão dessas áreas em nível nacional”, acrescenta a gerente de políticas públicas.

Parque da Serra da Concórdia
Parque Estadual da Serra da Concórdia. Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro

Por fim, Renata Mendes reafirma que os parques brasileiros têm potencial para se tornarem destinos que não apenas encantam os visitantes, mas que também fomentam a economia local e auxiliam na proteção da biodiversidade. “Nesse contexto, o monitoramento da visitação é uma peça central. Conhecer o perfil do visitante, tanto em termos quantitativos quanto em padrões de visitação, é fundamental para que a gestão da unidade atenda às necessidades de conservação dos ecossistemas naturais e das atividades recreativas em contato com a natureza”, conclui.

Para acessar a pesquisa completa, clique AQUI.

Sobre o Instituto Semeia

O Instituto Semeia é uma organização não governamental que visa inspirar os brasileiros a explorar e se orgulhar dos parques. Acredita na importância desses espaços como instrumentos para a conservação ambiental, transformação social e desenvolvimento econômico. O instituto promove o turismo sustentável e estabelece parcerias que aprimoram a infraestrutura e gestão dos parques. Além disso, realiza pesquisas e estudos que apoiam a formulação de políticas públicas e fomentam o debate sobre os impactos dos parques no Brasil. Desde seu surgimento, em 2011, oferece suporte técnico a mais de 20 governos das esferas estadual, municipal e nacional, contribuindo para a proteção de 5.000 km² em 33 parques brasileiros.

Para mais detalhes, visite semeia.org.br e acompanhe o Instagram do instituto em @institutosemeia.

Lençóis Maranhenses
Lençóis Maranhenses. Foto: Virginia Yunes | iStock
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