Incêndio no Pantanal foi causado por ação humana, indica apuração

fogo no Pantanal

Incêndios no Pantanal: Origem humana é apontada por investigação

Uma nova onda de incêndios no Pantanal está ameaçando o bioma. Em 2024, mais de 661 mil hectares já foram consumidos pelo fogo. As condições climáticas extremas, com uma das piores secas já registradas, têm contribuído para o aumento da intensidade das chamas. Com o acúmulo de matéria orgânica devido à falta de alagamento em áreas que normalmente estariam inundadas, qualquer chama se propaga com extrema facilidade. No entanto, a causa dos incêndios precisa ser esclarecida.

Segundo o diretor executivo do SOS Pantanal, Leonardo Gomes, o fator humano deve ser considerado. Uma nota técnica divulgada pelo LASA (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) indicou que não foram registradas descargas elétricas provenientes de raios no Pantanal nos meses de maio e junho, nos locais onde os focos de incêndio começaram. Isso aponta para a ação humana como origem das chamas.

Um boletim divulgado pelo SOS Pantanal reforça a probabilidade de que os focos de incêndio registrados nos meses de maio e junho tenham sido induzidos, especialmente em propriedades privadas. Nesse período, foram identificados um total de 3.451 focos de incêndio.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, visitou a região no início de julho e confirmou que a Polícia Federal está investigando a origem de pelo menos 18 focos de incêndio no Pantanal. A suspeita é de que os incêndios sejam resultado do descontrole de queimadas praticadas ilegalmente, sendo que 85% deles ocorreram em áreas privadas.

Imagens de satélite do BDQueimadas, do INPE, e do LASA/UFRJ confirmam que apenas em janeiro, fevereiro e abril houve algum incêndio que começou por causas naturais. A ministra Marina Silva reforçou essa informação, destacando que todos os incêndios recentes no Pantanal têm origem humana, seja por desmatamento ou queimadas.

Diante desse cenário preocupante, o SOS Pantanal defende a realização de investigação, fiscalização e perícia para identificar e responsabilizar os causadores dos incêndios. A ação de algumas pessoas tem o poder de destruir áreas enormes, como é o caso das regiões próximas ao Rio Paraguai. É necessário que haja um esforço conjunto do poder público, da sociedade civil e do Congresso Nacional para combater os incêndios e promover a conscientização ambiental.

Além dos danos ambientais, os incêndios no Pantanal também têm impactos econômicos. As áreas mais afetadas pelo fogo são aquelas com maior registro de desmatamento, o que prejudica setores geradores de renda do bioma, como o turismo.

Os incêndios são uma ameaça grave ao Pantanal, que já sofre com o ciclo de temporadas chuvosas abaixo do normal e com incêndios cada vez mais frequentes e intensos. O presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, alertou que algumas áreas do Pantanal podem sofrer danos irreversíveis. A seca atual é uma preocupação, e espera-se que persista até o final do ano.

Diante desse cenário desolador, é fundamental que todos façam a sua parte para combater os incêndios e preservar o Pantanal. O SOS Pantanal e outras brigadas estão atuando na região e aceitam doações para ampliar seu trabalho. Contribuir financeiramente é uma forma concreta de ajudar na proteção desse bioma tão importante para a biodiversidade brasileira.

Fotos:

– Foto: Jédson Alves | Agência Brasil
– Foto: Chico Ribeiro | Brasil de Fato
– Foto: Heideger Nascimento
– Tuiuiú em queimada. Imagem: Lawrence Wahba
– Depois que o fogo é apagado, os danos seguem por muito tempo. Foto: SOS Pantanal
– O Pantanal é um paraíso de biodiversidade. Na foto, região da Serra do Amolar. Foto: SOS Pantanal

Fonte: CicloVivo

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