Aumento do nível do mar deve afetar 1,3 milhão de brasileiros em 2030
Um novo estudo realizado pelos cientistas da organização Climate Central reforça a necessidade urgente de frear as emissões para controlar o aumento da temperatura na Terra e as consequências das mudanças climáticas. De acordo com os pesquisadores, até o final deste século, o aumento do nível do mar por consequência das mudanças climáticas deverá colocar em risco de inundações terras que hoje abrigam quase 100 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, 2,1 milhões de pessoas serão afetadas por alagamentos anuais nas regiões costeiras até 2100.
A análise feita pela Climate Central sobre elevações globais e projeções de risco de inundação costeira, com base no cenário mais recente de emissões médias a altas do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), revelou que a população na zona de risco de inundação costeira anual no Brasil em 2030 será de 1,3 milhão de pessoas. Esse número deverá aumentar 68% até 2100, chegando a 2,1 milhões de pessoas convivendo com a ameaça de inundações anuais.
À medida que os mares sobem, as terras que antes estavam seguras passam a ficar sob risco de inundação, expondo os residentes a ameaças cada vez maiores. As mudanças climáticas estão causando o aumento do nível do mar devido ao aquecimento do planeta e dos oceanos, que são efeitos das emissões de gases de efeito estufa. A queima de combustíveis fósseis é a principal responsável pelo aumento desses gases na atmosfera.
A ameaça de inundação costeira também é uma preocupação global. Em países como China, Vietnã, Bangladesh, Índia e Japão, milhões de pessoas estão vivendo em áreas que serão afetadas pelo aumento do nível do mar. Na China, por exemplo, cerca de 52 milhões de pessoas já estão na zona de risco de inundação costeira até 2030, e esse número aumentará para 29 milhões até o final do século. No Vietnã, o risco afeta atualmente 18 milhões de pessoas e pode ameaçar outras 7 milhões até 2100.
O relatório Estado do Clima Global 2023, da Organização Meteorológica Mundial (OMM), lançado em março deste ano, já havia apontado que 2023 foi o ano mais quente já registrado e que o nível médio do mar global atingiu um nível recorde desde 1993. O derretimento de geleiras e calotas de gelo contribui para esse aumento. Segundo a OMM, a taxa de aumento médio do nível do mar global nos últimos dez anos é mais que o dobro da taxa registrada na primeira década do registro por satélite.
Diante dessas informações alarmantes, é essencial que medidas sejam tomadas urgentemente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e controlar o aquecimento global. O cumprimento das metas de redução de emissões é fundamental para minimizar os impactos do aumento do nível do mar e proteger as comunidades costeiras em todo o mundo.
É importante ressaltar que as previsões de risco de inundação costeira são baseadas em projeções e podem variar dependendo das ações tomadas para combater as mudanças climáticas. Portanto, ações efetivas de mitigação e adaptação também são necessárias para lidar com esses desafios e proteger as áreas costeiras e suas populações vulneráveis. A conscientização sobre a importância de preservar o meio ambiente e a adoção de práticas sustentáveis são fundamentais para garantir um futuro seguro e sustentável para todos.
